Neste último novembro, a inflação brasileira - tanto a medida pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas, quanto a calculada através do IPCA do IBGE - registrou, para o mês, a primeira deflação dos tempos do real, isto é, desde 1994.
Sem dúvida, frango e ovo contribuíram para esse desempenho. Pois o ovo, mesmo obtendo valorização de 13% sobre o mês anterior (efeito do péssimo desempenho registrado em outubro), fechou novembro com um valor médio 14% inferior ao do mesmo mês do ano passado. Além disso, apresentou no mês variação correspondente a menos de um terço da inflação acumulada desde a introdução do real como padrão monetário brasileiro. Pois frente a uma inflação de 600% desde 1994, o preço do ovo foi corrigido em apenas 194%.
O frango, aparentemente, enfrentou no mês redução que não chegou a 5,5%. Mas, sem dúvida, esse índice foi bem mais elevado, pois boa parte das negociações de novembro foi realizada com descontos substanciais sobre os preços de referência, que também sofreram retrocesso no período. Claro que também o frango vivo perde para a inflação, mas em situação bem melhor que a do ovo, pois seu valor referencial em novembro correspondeu a dois terços da inflação acumulada desde 1994, ficando em pouco mais de 400%.
É interessante observar que frango vivo e milho apresentaram em novembro, índices idênticos de evolução de preços no período do real (diferença de apenas 0,43 em mais de 24 anos). Isso significa que mantiveram a mesma paridade de preços de 1994 e que o poder de compra do produtor do frango em relação ao milho foi preservada (isto, ressalve-se, se aceito o valor referencial do frango vivo no mês).
Já o poder de compra do produtor de ovos caiu a menos da metade. Em 1994, uma caixa de ovos adquiria 2,5 sacas de milho. Em novembro, a capacidade de compra para o milho ficou reduzida a 1,5 saca por caixa - queda de 40%.
Fonte: AviSite