APAS: Inflação nos supermercados sobe em dezembro e o acumulado 2018 fica acima da projeção

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O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), subiu 0,53% em dezembro, valor considerado dentro dos padrões históricos para o período. Porém, com este resultado, o acumulado do ano encerrou 2018 com inflação de 4,33%, ou seja, 0,33% acima das projeções da APAS, que eram de alta nos preços entre 3% e 4%.

 

“Os preços seriam bem mais comportados no ano, podendo ficar até próximo do piso projetado se não fossem três fatores que, pela intensidade ocorrida, prejudicaram uma série de produtos de peso no orçamento do consumidor paulista. Os fatores foram a greve dos caminhoneiros, os custos de energia elétrica e a alta do dólar”, explicou Thiago Berka, economista da APAS.

 

A greve dos caminhoneiros influenciou nos preços das aves (principalmente o frango), categoria esta que estava mantendo o índice geral no início do ano em um nível mais baixo. Já os custos de energia elétrica sofreram forte influência das bandeiras tarifárias, mais caras em vários momentos do ano, que encareceram os custos de produção da indústria.

 

Por último, a disparada do dólar, que saiu de R$ 3,30 para um pico de R$ 4,20, teve influência direta em produtos importados e nos que têm matéria-prima cotada em dólar, como categorias de higiene e beleza, produtos de limpeza, entre outras.


“A demanda por produtos, fator natural de inflação, não foi observada neste ano, pois, com os níveis de desemprego e de inadimplência ainda muito altos, e um PIB que será praticamente o mesmo de 2017 e que não recupera nem metade do que tínhamos em 2014, podemos confirmar que os consumidores compraram menos”, observou Berka.

 

 

Destaques de Dezembro

 

Para o mês, os preços de alguns produtos típicos das festas de final de ano surpreenderam, como o do bacalhau, que subiu apenas 0,09%; as frutas de época caíram 0,73%; o macarrão teve queda de 1,73%; a cerveja teve redução de 0,95%; e o espumante caiu 0,32%. “Podemos explicar estas quedas pela maior concorrência da indústria e pelo uso de promoções competitivas por parte dos supermercados”, avaliou Berka.

Já o peru, que vinha apresentando desempenho negativo no ano, teve alta de 10,68% no mês, e quem deixou para última hora e não aproveitou as promoções antecipadas dos supermercados acabou pagando mais caro.

 

Dos fatores citados como causa da inflação acima da projetada, o dólar influenciou muito em diversos produtos de toda a cadeia. Um exemplo foi o trigo, que é importado e impactou nas massas e farinhas, que fecharam o ano com alta de 9,2%; biscoitos tiveram aumento de 4% e os panificados subiram 5%. Outro exemplo da influência do dólar são nos artigos de limpeza que, devido a conterem componentes químicos importados como matéria-prima, encerraram 2018 com inflação de 4,4%.

 

Outro fator que causou aumento nos preços foi a greve dos caminhoneiros, responsável pela morte de quase 70 milhões de aves por falta de insumos, o que fez a cadeia de abastamento da categoria ser prejudicada. O frango, que era opção no prato do brasileiro até maio, sofreu forte alta a partir de junho e encerrou o ano com alta de 9,33%.

 

O mesmo pode-se dizer do leite, ainda que este, além da greve, sofreu influência do dólar e do clima. Cerca de 600 milhões de litros de leite foram perdidos durante a greve. Aliado a isso, os insumos mais caros nos pastos e o clima atrasando a safra fizeram com que o leite subisse para uma inflação de 55% no meio do ano, o que resultou em alta de 8,97% nos preços ao final de 2018.

 

Os hortifrútis também impactaram no bolso do consumidor em 2018 e apresentaram inflação de 14,11%. Dentre os itens analisados nesta categoria, os legumes foram os recordistas de aumento com 30,5%; os tubérculos cresceram 20,93% e as frutas subiram 10,37%. Na contramão destes números estão os ovos, que fecharam o ano em queda de 3,52%. Com esse cenário ficou difícil para o consumidor não ter a percepção de preços maiores que no ano passado.

 

No caso dos legumes, o maior vilão do ano foi o tomate, que fechou com inflação recorde de 82%. “Para explicar os preços altos dois fatores foram cruciais: um grande problema na colheita de São Paulo devido às chuvas fortes e pouco espaçadas que atrasaram a maturação, além de pragas”, avaliou Berka.

Em relação às frutas, os maiores aumentos de produtos relevantes na composição orçamentária foram maçã (30%) e laranja (26%). No caso da maçã, a produção catarinense, maior do país, foi prejudicada com granizos na safra. Já a laranja foi afetada pelos problemas de produção na Flórida (EUA) e o dólar alto.

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da APAS

 

 

 

 


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