A Pesquisa de Confiança dos Supermercados do estado de São Paulo, feita pela Associação Paulista de Supermercados (PCS/APAS), apresentou, em fevereiro, 43% de otimismo geral com a situação econômica do setor ante os 38% apontados em janeiro. A neutralidade ficou em 36% e o pessimismo caiu para 21%.
Quando se observa apenas o cenário futuro, o resultado da pesquisa é ainda melhor. O otimismo do setor para os próximos meses de 2019 pulou para 54% em fevereiro e atingiu o maior patamar desde 2016.
“A expectativa com a reforma da previdência e a proximidade da Páscoa, segunda melhor data para o varejo alimentar nacional, elevam o otimismo do setor e deixam a perspectiva de que 2019 pode ser o ano que, enfim, compense as perdas de 2015 e 2016 e traga mais investimentos”, explicou Thiago Berka, economista da APAS.
O destaque da pesquisa, além mostrar que o setor supermercadista considera realizar novas contratações – 50% pretendem criar vagas no futuro – está na confiança do desempenho futuro dos governos federal e estadual, com otimismo de, respectivamente, 85% e 80%.
“A avaliação dos primeiros meses dos governos federal e estadual foi bastante otimista para o setor supermercadista e isso explica o alto índice de confiança nos novos governos para o futuro. Enquanto a satisfação atual na esfera federal saiu de 20% em janeiro para 55% em fevereiro, no âmbito estadual saltou de 20% em janeiro para 40% em fevereiro”, comentou Berka.
Quando se considera a análise da inflação, a percepção atual é de neutralidade, uma vez que 80% dos supermercadistas estão esperando níveis estáveis de inflação no curto prazo. Porém, ao olhar para o futuro o setor liga o sinal de alerta e 40% demonstram pessimismo e acreditam que haverá níveis de crescimento de preços. “Este é um claro sinal de que as altas no preço dos hortifrútis e grãos, principalmente do feijão, começam a preocupar o setor”, avaliou o economista da APAS.
O maior índice de pessimismo observado na pesquisa está na taxa de juros. Apesar da Selic manter-se estável e em um nível baixo, o setor supermercadista está frustrado e, com isso, o resultado pessimista com a satisfação da situação atual e com a confiança de melhoria futura, negativos em 85% e 55% respectivamente.
Segundo Thiago Berka esse pessimismo do setor reflete o que pensa a maioria dos empresários país, que acredita que as quedas da Selic não se refletem em melhores condições de financiamento e crédito. “Apresentam-se hoje no setor recordes de uso de cartão de crédito e débito, sendo mais de 50% das transações, e os empresários têm intenção de investir na reforma e na abertura de lojas, por isso essa percepção de que os juros não vão melhorar”, concluiu o economista da APAS.
Fonte: Associação Paulista de Supermercados (Apas)