Após o anúncio de que, pela primeira vez, supermercados gaúchos irão abrir neste feriado de Dia Mundial do Trabalho, em 1º de maio, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) defendeu, em nota, que os supermercados tenham liberdade para definirem se abrirão na data. Em nota, o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, pede que "diálogo entre empresários e colaboradores deve ser o melhor caminho para que as companhias varejistas decidam, democraticamente, sobre a abertura ou não das unidades em datas especiais como esta".
Recentemente, as redes Walmart e Zaffari anunciaram que vão funcionar no 1º de maio, após negociação coletiva em que ficou acordado um prêmio maior ao funcionários que trabalharem na data (R$ 50,00 em vez dos habituais R$ 41,00 pagos pelo trabalho no feriado) e uma folga a ser tirada na mesma semana ou em até duas semanas depois do feriado.
Conforme o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre (Sindec), Nilton Souza Neco, o supermercado que quiser abrir no Dia do Trabalho precisa estar em dia com as obrigações junto ao funcionário, além de realizar a negociação com o sindicato. De acordo com Flavio Obino Filho, que representa os empresários, a negociação pode ser feita diretamente com o Sindec e as empresas interessadas.
Historicamente, as lojas do setor supermercadista gaúcho permanecem fechadas em apenas três feriados por ano – Dia do Trabalho (1º de maio), Natal (25 de dezembro) e Réveillon (1º de janeiro). Como não faz parte da convenção coletiva do setor, a possibilidade de abrir em 1º de maio deve ser analisada diretamente entre a empresa e o Sindec. Na data, o Sindec deverá contar com quatro equipes de fiscalização na Capital, que vão avaliar se os estabelecimentos abertos de fato estão cumprindo com o acordado.
Para Cesa Longo, da Agas, o decreto que reconheceu a atividade supermercadista como essencial à economia ajuda a flexibilizar a possibilidade de abertura das unidades aos domingos e feriados. “Cada empresa deve fazer as contas e, dialogando com suas equipes, definir sobre a abertura das lojas. Defendemos que todos tenham oportunidades, pagando os mesmos valores de bônus aos funcionários e arcando com os demais custos, proporcionalmente ao tamanho de sua empresa”, defende Longo. “Essas negociações devem sempre ter o aval dos sindicatos laboral e patronal da categoria”, explica.
Fonte: Jornal do Comércio - Porto Alegre/RS