Cadbury eleva metas para se defender da Kraft

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Uma equipe formada pelo mais alto escalão de executivos da Cadbury montou uma defesa sólida contra a proposta de compra hostil de 10,3 bilhões de libras esterlinas (US$ 16,8 bilhões) apresentada pela Kraft.

 

Enquanto Roger Carr, presidente do conselho de administração da fabricante de confeitos do Reino Unido ridicularizava a oferta da Kraft, taxando-a de "insolente" e "oportunista", o CEO, Todd Stitzer, delineava duras metas financeiras novas para o grupo.

 

Elas incluem crescimento da receita entre 5% a 7%, numa alta em relação aos 4% a 6% anteriores; aumento das margens de lucro para 16% a 18% em 2013, ante metas de margens em torno de 15% em 2011; e geração de crescimento de dois dígitos em dividendos por ação a partir de 2010. Os analistas saudaram as novas metas, mas externaram pessimismo sobre a capacidade da Cadbury atender as novas margens projetadas.

 

A companhia também apresentou uma rigorosa meta de geração operacional de caixa de 80% a 90%. O histórico da Cadbury em geração operacional de caixa é de aproximadamente 50%.

 

Analistas disseram que as metas de receita da Cadbury são realistas, dada a sua crescente exposição a mercados emergentes e ao fato de a receita ter crescido num ritmo de 6% em anos recentes. "O peso crescente dos mercados emergentes acelerará o crescimento das vendas", disse Warren Ackerman, analista do Evolution Securities, observando que as novas metas justificaram uma avaliação independente de aproximadamente 700 pence por ação para a Cadbury. O lance da Kraft atribui ao conglomerado um valor de 730 pence. "A bola agora voltou decisivamente para o campo da Kraft", acrescentou ele.

 

Stitzer disse que os mercados emergentes crescem agora num ritmo três vezes mais veloz que os maiores mercados desenvolvidos da companhia. "Construímos uma plataforma excepcional nos mercados emergentes", disse, acrescentando que eles deverão responder por cerca de 45% das vendas da companhia até 2013 (em 2002, representavam apenas 17%). Os mais sólidos mercados emergentes da Cadbury incluem Índia, Brasil e África do Sul.

 

Na Índia, a companhia tem uma operação de 240 milhões de libras esterlinas (US$ 391,4 milhões, segundo a cotação de ontem) com uma participação de 70% no mercado de chocolate e distribui seus produtos em cerca de um milhão de pontos de venda. Na América do Sul, a sua operação vale 490 milhões de libras esterlinas (aproximadamente US$ 800 milhões) e detém aproximadamente 70% do mercado de gomas de mascar no Brasil. A China, de acordo com Stitzer, não será rentável antes do próximo ano.

 

Ontem, o CEO afirmou também que a companhia foi procurada para discutir uma possível fusão ou aquisição de outras partes que não a Kraft. "Recebemos sinais de interesse de terceiros com respeito a uma possível combinação de negócios", disse ele, sem dar detalhes. A Hershey , dos Estados Unidos, e a italiana Ferrero disseram no mês passado que estavam estudando entrar na batalha de ofertas pela Cadbury. Em um comunicado distribuído aos acionistas ontem, a Cadbury continuou atacando a oferta da Kraft, dizendo aos investidores: "Não deixem a Kraft roubar sua companhia".

 

Veículo: Valor Econômico


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