China diversifica e aumenta a compra de produto brasileiro

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Apesar da pressão exercida pelo câmbio no faturamento dos agricultores, a receita com os embarques dos cinco principais produtos agrícolas brasileiros para a China já cresceu 20% em 2009. O país asiático diversificou compras de commodities no Brasil e se consolidou como um dos principais parceiros comerciais. A balança foi impulsionada pelo consumo chinês de soja, mas aquisições de açúcar, algodão e suco de laranja aparecem com destaque.

 

A soja em grão continua sendo o principal item da balança comercial. O apetite chinês pela oleaginosa brasileira não se arrefeceu e até novembro acumulava receita da ordem de US$ 6,34 bilhões, acima dos US$ 5,3 bilhões somados no mesmo período do ano passado. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o embarque da soja em grão do Brasil totalizou 28,1 milhões de toneladas até o momento, quantidade inédita, superando em 15% o volume do ano passado. Mais da metade dos embarques, 15,93 milhões, foi destinada à China. As expectativas para as últimas semanas do ano continuam positivas.

 

O Centro Nacional de Informações de Grãos e Óleos da China (CNGOIC) estimou que entre novembro e dezembro as importações da oleaginosa da China totalizarão 7,6 milhões de toneladas. Segundo o órgão, a indústria de ração para suínos estimulou a demanda pelo grão, mas o excesso de umidade nas lavouras norte-americanas estaria atrasando o carregamento dos navios.

 

A participação das commodities agrícolas só não foi maior devido a expressiva queda nas vendas de óleo de soja para a China.

 

O país recuou suas aquisições de óleo de pouco mais de 690 mil toneladas de janeiro a novembro 2008 para 515,60 mil toneladas no mesmo período este ano. O impacto na receita foi grande. A queda no faturamento com as exportações do produto do complexo soja com maior valor agregado foi de US$ 818,44 milhões nos primeiros 11 meses de 2008 para US$ 396,30 milhões no acumulado do ano até novembro.

 

O Brasil não tem conseguido aproveitar o crescimento do esmagamento de soja no mundo e deve assistir novas quedas no processamento interno. No mundo, ao contrário, a industrialização é crescente. De acordo com a Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosa dos EUA (espécie de Abiove norte-americana), em relatório divulgado neste semana, as indústrias norte-americanas esmagaram 4,36 milhões de toneladas de soja em novembro, superando as 4,23 milhões processadas em outubro. Em novembro de 2008, o esmagamento foi de 3,79 milhões de toneladas. Os estoques de óleo subiram de 1,03 milhão de toneladas em outubro para 1,09 milhão de toneladas em novembro.

 

Os preços internacionais da soja têm se sustentado em grande parte devido a demanda crescente por parte dos processadores chineses e europeus. A União Europeia esmagou um recorde 4,89 milhões de toneladas no mês passado, 15% acima que o verificado em novembro de 2008. "A demanda é muito forte e as exportações para a China são fenomenais", disse Dale Durchholz, analista de mercado sênior da AgriVisor LLC. "As processadoras estão usando quase 100% da sua capacidade para produzir ração animal para compradores no exterior", disse Durchholz.

 

Se a balança agrícola entre o Brasil e a China ainda fosse baseada apenas no complexo soja as perdas com a diminuição nos embarques de óleo iriam, praticamente, anular o incremento na receita com o grão. No entanto, outras commodities agrícolas estão tendo maior destaque. O caso mais significativo é o do açúcar cujo aumento na participação supera 300%. De janeiro a novembro, a receita com as exportações da commodity somaram US$ 59,8 milhões, ante US$ 13,47 milhões registrados no mesmo período de 2008.

 

Entre outros produtos que também merecem destaque está o suco de laranja. O consumo da bebida está aumentando no país asiático e o Brasil conseguiu registrar uma abertura maior para o seu produto. Até novembro o faturamento evoluiu de US$ 48,84 milhões para US$ 53,14 milhões, uma alta de quase 9%. Movimentando um valor um pouco menor, mas com crescimento de 122% aparece o algodão. A receita foi ampliada de US$ 18,78 milhões para US$ 41,34 milhões.

 

Apesar da pressão do câmbio no faturamento dos agricultores, a receita com o embarque dos cinco principais produtos agrícolas brasileiros à China já cresceu 20% em 2009. O país asiático diversificou compras de commodities no Brasil e se consolidou como um dos principais parceiros comerciais. A balança foi impulsionada pelo consumo chinês de soja, mas aquisições de açúcar, algodão e suco de laranja aparecem com destaque. A soja em grão continua sendo o principal item da balança comercial. O apetite chinês pela oleaginosa não arrefeceu, e até novembro a venda de soja brasileira àquele país acumulava receita da US$ 6,34 bilhões, contra US$ 5,3 bilhões no mesmo período de 2008. O embarque da soja em grão do Brasil alcançou o recorde de 28,1 milhões de toneladas, superando em 15% o volume de 2008. Mais da metade dos embarques foi destinada à China.

 

Na contramão, uma nova montadora chinesa anunciou sua entrada no Brasil: a JAC. A empresa vem ao País por meio de uma parceria com o Grupo SHC, de Sérgio Habib, empresário que esteve à frente das operações da subsidiária brasileira da Citroën.

 


Veículo: DCI


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