A vantagem dos proprietários de automóveis em se abastecer com gasolina está predominando no mercado interno. O último levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que em 20 Estados a gasolina é mais vantajosa que o etanol para o bolso do consumidor, de acordo com a coleta de dados realizada até o dia 12.
A paridade entre encher o tanque do carro com o álcool e a gasolina é mais vantajosa para o etanol quando seus preços correspondem até a 70% da gasolina.
Desde o último trimestre o álcool hidratado vem perdendo força, uma vez que as chuvas estão atrapalhando a colheita de cana na região Centro-Sul do país.
Somente os Estados de São Paulo, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco e Tocantins seguem em vantagem. No entanto, a paridade é superior a 60% e já se aproxima dos 70%, com exceção do Mato Grosso, que ficou em 57,7%, conforme o levantamento da ANP.
A tendência é de que os preços do álcool sigam firmes até o fim da entressafra, afirmou Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar).
"Ainda não sabemos como vai ser o comportamento dos preços do álcool, que serão divulgados na sexta-feira", disse Padua. Mas a expectativa é de que os preços fiquem firmes durante a entressafra no Centro-Sul, que vai até março.
Com as cotações em alta, os consumidores deixarão de usar etanol hidratado e priorizar a gasolina. Com isso, a expectativa é de que a queda do consumo provoque uma baixa dos preços do etanol no mercado. (MS).
A expectativa das usinas é que o estoque de passagem de etanol até final da safra - no começo de abril - fique em 1,1 bilhão de litros. Esse volume é suficiente para abastecer durante 20 dias. As usinas afirmam que com a antecipação da safra da cana para março, a oferta vai subir e não haverá risco de desabastecimento.
Veículo: Valor Econômico