Depois da compra da Neo Química por R$ 1,3 bilhão, Hypermarcas mira novas aquisições
Segunda-feira, 7 de dezembro. O relógio do escritório de advocacia Souza, Cescon Avedissian, Barrieu e Flesch, na zona sul de São Paulo, marcava exatamente seis horas da manhã quando Cláudio Bergamo, o CEO do grupo Hypermarcas, assinou o contrato de compra da Neo Química, uma das principais indústrias farmacêuticas do País, por R$ 1,3 bilhão. Poucas horas depois, Bergamo recebeu um telefonema de Luciano Coutinho, presidente do BNDES, cumprimentandoo pelo fechamento do negócio.
A ligação de Coutinho dá a exata dimensão do peso da Hypermarcas no universo corporativo do País. Poucas empresas têm investido tanto em aquisições. Desde 2003, a companhia gastou mais de R$ 3,5 bilhões na incorporação de 20 companhias. Em apenas uma década, a empresa de João Alves de Queiroz Filho, conhecido como Júnior, amealhou um contingente de 160 marcas. Pessoas próximas a Júnior dizem que sua ideia fixa é criar uma gigante nacional de bens de consumo, "uma espécie de Unilever brasileira". O que surpreende é que deve vir muito mais por aí. "Ainda temos mais R$ 500 milhões para investir", diz Bergamo.
Com a aquisição da Neo Química, a Hypermarcas se torna a quarta maior fabricante de medicamentos do Brasil e entra de vez no disputado mercado de genéricos, que cresce em ritmo acelerado no País. "Agora podemos afirmar que temos um portfólio completo", comemora Bergamo.
O destino dos futuros investimentos? Bergamo despista. "Estamos interessados em tudo o que está alinhado à estratégia da empresa." Especialistas do mercado afirmam que não haverá surpresas nos próximos passos da corporação. "Muito provavelmente a Hypermarcas vai investir em companhias farmacêuticas ou de higiene pessoal", afirma Iago Whately, analista do Banco Fator. "Certamente já existem empresas sendo avaliadas."
Veículo: Revista Isto É Dinheiro