Consumidor deixará de lado a compra de supérfluos: eletrodomésticos e vestuário na lista de preferências
Confiança do consumidor retorna no Natal pós-crise, mas produtos supérfluos podem ser deixados de lado
O comércio brasileiro espera um Natal bome os varejistas já conseguem prever alguns produtos que devem ganhar mais destaque neste final de ano. Para Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACPS), este vai ser o ano do Natal de “presentes úteis”. “Como se trata de um ano póscrise, as previsões para as vendas de Natal podem ser consideradas muito boas, mas se fosse um ano normal, ou seja, sem termos acabado de enfrentar um período difícil, o desempenho deste Natal não seria nada de extraordinário”, afirma Burti. “O consumidor vai comprar o necessário e optará por presentes úteis, em vez de supérfluos como, por exemplo, uma caixa de bombom que você come e acaba”, completa.
Pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), em âmbito nacional, revela que os produtos mais procurados serão eletrodomésticos, vestuário, veículos e computadores. No e-commerce, a grande aposta também é o eletrodoméstico. Estimativas da EBit, empresa especialista no fornecimento de informações sobre comércio eletrônico, apontam que estes produtos devem ser destaque de vendas por conta da prorrogação do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) até o fim de janeiro. Eletrônicos e itens de informática também estarão entre os mais vendidos, além dos itens de saúde e beleza, opção feita, principalmente, pelo consumidor feminino. Os livros terão bastante espaço nos carrinhos virtuais, como já manda a tradição de vendas deste canal.
Nas medições do site Buscapé, de serviço de busca e preços, os aparelhos eletrônicos continuam a liderar o ranking dos presentes mais procurados para o Natal, seguindo tendência verificada nos últimos anos. O que encabeça a lista de mais buscados é um modelo de notebook da HP. Um perfume masculino da Ralph Lauren e um modelo de tênis unissex da Nike são os dois únicos produtos não eletrônicos que aparecem na lista. Nos shopping centers de São Paulo, os itens mais vendidos devem ser celulares e roupas, de acordo com a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).
Para redes de supermercados como Carrefour eWalmart, este será o melhor Natal dos últimos anos. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) espera crescimento de vendas de 8%. Como explica Alexandre Andrade, economista da Tendências Consultoria Integrada, este ano os bens não duráveis seguraram o bom desempenho do varejo.
“Este é um setor que não depende tanto de crédito”, diz o economista. Pesquisa da ACSP, que ouviu 800 pessoas na capital paulista, mostra que 49,4% dos entrevistados terão uma ceia de Natal tão farta quanto a de 2008. Outros 40,1% disseram que a cesta será mais farta na comparação como ano anterior e 10,5% declararam que a compra para a ceia será menos farta do que a do ano anterior.
De acordo com o economista da Tendência, os itens de vestuário, que sofreram com queda de vendas este ano, devem ter recuperação, principalmente a partir do ano que vem.
Veículo: Brasil Econômico