Aumento de vendas no Nordeste e vantagens fiscais contribuíram para decisão da empresa
A indústria de eletrodomésticos Suggar vai transferir parte de sua produção de Belo Horizonte, em Minas, para Camaçari, na Bahia. O investimento na nova planta industrial será de R$ 48 milhões. O início da produção ocorrerá no segundo semestre de 2010, com 300 funcionários. Além de passar a produzir na Bahia, a Suggar passará a importar pela Bahia todos os produtos - 66 itens - que hoje traz da China.
Para a indústria, uma das líderes em vendas de depuradores de ar e tanquinhos de lavar no País, a produção na Bahia representará redução de custos em várias frentes. Os benefícios vão da proximidade com a principal matéria prima - o plástico - aos custos de distribuição do produto final. Segundo o presidente e fundador da empresa, Lúcio Costa, o aumento do poder de compra das classes C e D contribuíram para aumentar as vendas da marca no Nordeste. "E há vantagens fiscais", reconhece, sem entrar em detalhes, o empresário mineiro.
A produção própria da Suggar resume-se hoje a 9 dos 75 itens comercializados. Dentre eles estão as máquinas de lavar, os tanquinhos e alguns modelos de depuradores de ar. Ferros de passar e liquidificadores também estão sendo produzidos no Brasil desde que a importação foi sobretaxada.
Os produtos importados pela Suggar chegam ao Brasil com custo até 40% menor do que se fossem produzidos nacionalmente. "Preferia dar emprego para brasileiro, mas não dá para competir", diz Lúcio Costa. A decisão de reduzir a produção na fábrica na zona sul de Belo Horizonte e passar a importar da China foi tomada há três anos.
Lúcio Costa foi um dos primeiros empresários do setor a assumir publicamente que estava fechando linhas de produção no Brasil para comercializar itens importados. De lá para cá, a Suggar já trouxe 700 contêineres de produtos, ganhou mercado e multiplicou o faturamento.
A indústria fechará o ano com um faturamento de R$ 500 milhões, 50% maior que o do ano passado. A expectativa no início de 2009 era crescer 20%. A força dos importados no mix de vendas da Suggar, as medidas tomadas pelo governo para o enfrentamento da crise - sobretudo a queda dos juros - e o aumento do poder de compra das classes C e D contribuíram para o ano de "vacas gordas" da empresa.
A fábrica de Belo Horizonte tinha 830 funcionários no início do ano. Chegou em dezembro com 1.070. Embora parte da produção vá ser transferida para a Bahia, Lúcio Costa não prevê demissões. "Vamos é crescer", explica. Ele acredita que 2010 será também um ano muito positivo. A expectativa é elevar o faturamento em pelo menos 20% no próximo ano. Os importados, diz o empresário, continuarão fazendo a diferença para a Suggar.
Veículo: O Estado de S.Paulo