Varejo esportivo vibra com Copa e Olimpíada

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O varejo espera grande aumento do consumo com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas 2016 no Brasil, e o segmento que mais deve lucrar com os eventos é o de artigos esportivos. O Grupo SBF (proprietário das redes Centauro, By Tennis e Almax Sports e que opera as Nike Stores) e outras redes como a Authentic Feet já começaram a se planejar e devem fazer investimentos ambiciosos.

 

Há ainda empresas como a Lupo, fabricante e varejista, que ampliam suas presenças no mercado esportivo para já começar a vender com a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e ampliar faturamento e produção até a Copa de 2014, que será sediada no País. "A ideia é, nos próximos três anos, ser uma das gigantes fabricantes esportivas no Brasil. Somos o País do futebol, mas a fabricação é dominada por empresas internacionais, existe muito espaço", afirma o diretor comercial da Lupo, Valquírio Cabral Júnior.

 

A Lupo já patrocinava calções e uniformes de times de futebol e agora irá disponibilizar camisas e outros itens de vestuário de futebol também para o consumidor final na sua rede de 174 franquias, além de distribuí-los para outras redes varejistas. A previsão é de até 2014, o segmento esportivo representar no mínimo 10% do faturamento da empresa, quando preveem alcançar uma receita de R$ 1 bilhão, sendo que este ano devem fechar com faturamento de R$ 448 milhões e crescimento de 20% sobre o ano passado.

 

"Começamos com placas em estádios e patrocínio de calções há cerca de três anos atrás, também somos os maiores fabricantes de meias esportivas e já trabalho para marcas como Nike e Rebook, o mercado é promissor", explica Cabral. O patrocínio a times de futebol também deve continuar, com investimento previsto de R$ 4 milhões. Hoje, atendem 20 times em todo o Brasil. Já para a venda para a o consumidor, a fabricação começou em agosto com uniformes do Náutico, que afirma já ter tido bons resultados. Para 2010, já fecharam contratos com sete times e ainda estão negociando com outros.

 

Está em estudo até um novo formato de loja, que poderia ser chamado de Lupo Esportes e deve operar em shopping centers, com foco em futebol, mas a empresa espera ter um maior mix de produtos e analisa o projeto para levá-lo adiante. Também devem ampliar a fábrica que possuem até junho do ano que vem, com investimentos de cerca de R$ 2 milhões e estão trabalhando também com fabricação terceirizada. Hoje, 70% da sua produção é para o varejo, 20% para os magazines e 10% para as suas franquias.

 

O executivo diz que a Lupo até mudou a sua logomarca, que era a mesma por 30 anos, com o intuito de entrar nesse novo segmento e prevê investir mais R$ 20 milhões na divulgação do novo logo no ano que vem. A rede de franquias da marca segue forte e deve continuar a expandir, pois têm sido abertas de 20 a 30 lojas por ano, principalmente em shoppings, sendo que tem há fila de espera com 500 interessados em serem franqueados da marca.

 

Ousadia

 

Outro grupo que está com planos ousados e deve ser estimulado pelo efeito Copa do Mundo e Olimpíadas é o Grupo SBF, segundo o presidente da rede, Sebastião Bonfim Filho: o objetivo é estar entre as maiores redes do setor no mundo: "Hoje, somos os maiores da América Latina, mas até 2014 queremos estar entre os 10 primeiros varejistas esportivos em todo o mundo", afirma. Em 2010, o grupo deve investir em torno de R$ 130 milhões na abertura de 50 novas lojas, frente às 38 abertas este ano (29 Centauro, incluindo as duas primeiras na região Norte, em Manaus e Belém, 4 By Tennis e 5 Nike Store).

 

Os investidores ainda pretendem estruturar a empresa para que fique em condições de realizar IPO (oferta inicial de ações na bolsa de valores), uma possibilidade para se capitalizar no futuro. Hoje, o grupo possui 150 lojas, todas próprias, e também utiliza recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste do Brasil para realizar sua expansão física.

 

Recentemente, fecharam um contrato de exclusividade por 10 anos com a Nike para operar suas lojas no Brasil. "Abrimos cinco Nike Stores e temos o projeto de abrir 50 novas lojas até a Copa do Mundo de 2014. Foi o primeiro contrato desse tipo que a Nike fechou no mundo, o que mostra a confiança no nosso grupo", diz.

 

Para suportar esse crescimento agressivo, ainda estão investindo em novos centros de distribuição (CD). Hoje possuem dois, sendo um recém inaugurado em Minas Gerais, e também devem abrir outro na Região Nordeste no ano que vem, além de outro na cidade de Bragança Paulista, no Estado de São Paulo, onde já compraram terreno.

 

Já, a rede Authentic Feet, com 66 unidades, apesar não vender outros artigos esportivos, mas apenas calçados especializados, também acredita em um grande impacto nas vendas com os eventos e afirma que abrirá mais lojas e ampliará em 30% o investimento em marketing e campanhas para o ano que vem.

 

"Vamos crescer de 15% a 20% em 2010, mas o mercado em geral aposta até em um crescimento de 30%, com o final da crise, euforia com as eleições, estabilidade e a Copa do Mundo", diz Mazhar Obeid, diretor de franquias da rede. Ele diz que fornecedores e marcas como Nike, Adidas, Mizuno, entre outras, também estão acelerando investimentos e fabricação de itens específicos à Copa, e devem investir de 50% a 80% a mais em marketing no próximo ano. Este ano, a rede abriu 13 franquias e para 2010 abrirá pelo menos mais dez lojas, além de investir em treinamento e atendimento, o que acredita que a diferencia de seus concorrentes.

 


Veículo: DCI


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