Com aportes de R$ 160 milhões e a proposta de reunir em seu complexo o que existe de mais avançado no segmento de produção farmacêutica no Brasil, com serviços tecnológicos como produção automatizada, sem contato manual, o que visa garantir a segurança na produção de medicamentos, foi inaugurada há menos de uma semana a nova fábrica do Laboratório Cristália, na cidade de Itapira, região administrativa de Campinas. O evento de abertura movimentou a região, pois contou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e do governador de São Paulo, José Serra.
Esta é quarta planta da fábrica farmacêutica Cristália que tem sede em Itapira. São três unidades de produção no município e uma quarta unidade na cidade de São Paulo. Com a nova fábrica de 35 mil metros quadrados de área construída, a expectativa é de quadruplicar sua produção de comprimidos liofilizados (conservados em baixa temperatura) e ampliar também a fabricação de semissólidos e colírios quando estiver operando em capacidade máxima.
Produção
Para se ter uma ideia, a produção de comprimidos por mês é da ordem de 107 milhões de unidades. Com a entrada em operação da nova fábrica, a partir de hoje, a Cristália passará a produzir mais 150 milhões de unidades totalizando 257 milhões de comprimidos por mês. No entanto, a indústria farmacêutica está preparada para ampliar a sua produção até sua capacidade máxima de 407 milhões de unidades por mês.
A produção de medicamentos liofilizados da Cristália é de 600 mil unidades por mês. Com a nova fábrica subirá para 1,7 milhão. Na capacidade máxima atingida chegará a marca de 2,4 milhões de unidades mensais. O presidente da Cristália, Ogari Pacheco, disse que o laboratório estava com a sua produção no limite e que a nova unidade vai desafogar a produção. "A nova unidade veio para desafogar o sufoco da produção da fábrica atual, ou seja, nós estávamos com alguns setores, no caso da produção de comprimidos, por exemplo, produzindo no gargalo e com três turnos. Nós estávamos de certa maneira segurando as vendas em função dessa capacidade que estava no limite."
Planta
A nova planta foi concebida para atender aos parâmetros internacionais e abrir possibilidade de um mercado em potencial para exportação a países do primeiro mundo [Estados Unidos, Europa e Japão]. Atualmente, a Cristália afirma que está exportando cerca de 4% da sua produção, e a meta, segundo o presidente da indústria farmacêutica, é chegar a 10% em período de três a quatro anos. Atualmente a principal atuação do laboratório no mercado externo é América Latina, com liderança na venda de anestésicos para Paraguai, Equador, Uruguai e República Dominicana.
Internacionalização
Este ano, por acreditar na volta da economia na maioria dos países que até o ano passado haviam sentido fortes impactos da crise econômica internacional, a Cristália resolveu arriscar, por conta de uma expectativa otimista com a retomada dos negócios por parte desses países.
A empresa deverá iniciar as suas operações em importantes mercados internacionais, entre elas estão os planos para atuar com força na África, nas regiões de Camarões, Marrocos, Moçambique e Angola e, no segundo semestre, terá início a venda nesses países. A Cristália atua, ainda, no mercado de anestésicos, antirretrovirais e analgésicos para Síria, Iraque, Irã, Emirados Árabes e Arábia Saudita.
O laboratório está negociando também as exportações do Helleva, um medicamento de disfunção erétil para a Rússia. Além das Rússia, o laboratório também pretende comercializar o medicamento na Coreia do Sul, Tailândia, Malásia, Cingapura, Indonésia e nas Filipinas. No ano passado, o Laboratório Cristália teve um faturamento de R$ 600 milhões e cresceu 4,5% em relação a 2008, mesmo em período de crise. A expectativa para este ano é um crescimento entre 22% e 25% podendo chegar a um faturamento de R$ 750 milhões.
"A Cristália tem contratos firmados, convênios estabelecidos e parcerias definidas que me permitem dizer que o crescimento deve variar entre 22% e 25%. É consistente e independe deste crescimento extraordinário que algumas pessoas estão pintando para economia como um todo."
As obras de construção da nova unidade levaram três anos. Além de contar com equipamentos de última geração a fábrica conta com sistema valvular exclusivo, capaz de permitir a transferência de materiais com absoluta estanqueidade, o que garante a não contaminação recíproca de operadores e produtos. A nova unidade também está gerando 150 empregos diretos e quando estiver em sua capacidade máxima deverá chegar a 330.
Veículo: DCI