Primeiro dia do maior evento de varejo do mundo destaca a capacidade de adaptação do setor em meio às mudanças trazidas pela pandemia
Depois de dois anos, Nova York volta a receber o maior evento de varejo do mundo. A NRF Big Show começou neste domingo (16/01) com menos público e máscaras 100% do tempo, mas com a mesma visão de ser o ponto de discussão das principais ideias sobre o presente e o futuro do setor.
Embora o crescimento da variante ômicron tenha levado ao cancelamento da participação de empresas na feira de tecnologia do evento, as palestras continuaram bastante concorridas. E, nelas, a reinvenção do varejo na pandemia foi o grande destaque.
“Nos últimos dois anos, mais da metade dos consumidores globais testaram self checkout e 47% usaram meios de pagamento sem contato. Essas são mudanças profundas na forma como os clientes se relacionam com as lojas”, comentou Mike George, CEO da Qurate e presidente do Conselho da NRF, logo na abertura do evento.
O clima era de otimismo. “Apesar de grandes desafios que temos enfrentado, como as pressões inflacionárias, a disrupção da cadeia de suprimentos e a falta de trabalhadores, os consumidores foram às compras na temporada de Natal. Esse é um indicador importante para 2022”, disse Brian Cornell, CEO da Target. Segundo o Mastercard SpendingPulse, as vendas do varejo físico e digital na temporada de fim de ano saltaram 8,5% nos Estados Unidos, com avanço de 8,1% nas lojas físicas e de 11% no online.
Para Sue McMahon, senior retail industry advisor da Microsoft, esses números mostram uma grande resiliência do varejo. “Mesmo com limitações de estoque, o varejo foi capaz de vender bem mais, o que mostra que o varejo passou a atuar com muito mais eficiência”, analisou.
Para Brian Cornell, da Target, essa eficiência passa por uma mudança de cultura do varejo. “Precisamos todos ser mais adaptáveis, flexíveis e ágeis para lidar com transformações constantes. Para isso, temos que ouvir nossos clientes, colocá-los em primeiro lugar. Isso nunca foi tão importante”, afirmou.
Outro fator importante de transformação do varejo na pandemia são os ecossistemas. A expansão de empresas como o Alibaba na China e o Mercado Livre na América Latina mostra que a integração do físico com o digital, a partir de uma visão focada nos clientes e uso intensivo de dados, vem mudando o mercado. “Os principais ecossistemas estão dominando o mundo do varejo”, disse Alberto Serrentino, sócio-fundador da Varese Retail. “Eles podem assustar ou inspirar você, mas são uma parte essencial da evolução dos negócios”, completou.
Redação SuperHiper