Perda de patente deverá movimentar R$ 800 milhões

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O mercado de medicamentos genéricos no Brasil poderá receber um incremento de cerca de R$ 800 milhões entre 2010 e 2011 por conta dos remédios de marcas que vão perder a patente neste período. As vendas totais de medicamentos no país ficaram em R$ 30,2 bilhões em 2009. Desse total, 15%, ou R$ 4,5 bilhões, foram de produtos genéricos, afirmou Odnir Finotti, presidente da Pró-Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos).

 

"De cada 100 unidades vendidas no país, 20 são de genéricos", disse Finotti. "Esse é um mercado que tem crescido 20% ao ano."

 

Neste ano, o medicamento da americana Pfizer, o Lipitor (usado no combate ao colesterol), um dos mais vendidos do mundo, perderá sua patente em dezembro. "A empresa conseguiu estender a patente duas vezes [originalmente vencia em 2006, foi estendida para junho de 2009, mas foi postergada para dezembro deste ano]", afirmou Finotti. As vendas desse remédio movimentam cerca de R$ 250 milhões no país.

 

Outro "blockbuster" (campeão de vendas) é o Diovan, que combate a hipertensão, um dos carros-chefe da suíça Novartis. A patente desse produto expira em junho, segundo Finotti. Para 2011, o produto mais aguardado pelos laboratórios genéricos é o Viagra. A "pílula azul", também da Pfizer, é indicada para combater a impotência sexual.

 

Segundo o presidente da Pró-Genéricos, cerca de 25 medicamentos devem perder a patente até o fim de 2011, incluindo produtos adquiridos pelo governo.

 

A Lei dos Genéricos foi criada em 1999, mas os primeiros medicamentos foram lançados em 2000 no país. "Os produtos começaram a ganhar maior importância a partir de 2004", afirmou Finotti.

 

Na avaliação de Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma), quando um produto perde a patente seu preço passa a representar 65% do original de marca.

 

Analistas ouvidos pelo Valor afirmam que muitos laboratórios internacionais estão interessados em investir em aquisições de companhias nacionais com foco em genérico para poder ganhar nas duas pontas. A aquisição mais recente de multinacional neste segmento foi a operação envolvendo a compra do laboratório nacional Medley, o maior em genérico do país, pela francesa Sanofi-Aventis. (MS)
 

 

Veículo: Valor Econômico


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