Dados globais da Kantar mostram ainda o comportamento de vários segmentos durante o segundo ano da pandemia
As gigantes americanas Walmart e Amazon continuam liderando o ranking das maiores varejistas do mundo, segundo o NRF Top 50 Global Retailers 2022. A lista é divulgada anualmente pela National Retail Federation (NRF) e pela Kantar Retail com base nas receitas internacionais, participação em franquias e capacidade de operar por meio de mercados online ou de abordagem omnicanal.
A metodologia de ranking da Kantar utiliza um sistema no qual pontos são dados às varejistas com base em suas receitas de varejo nacionais e internacionais. Para se qualificar para o ranking, os varejistas precisam ter um investimento direto em pelo menos três países.
Mantendo essas diretrizes, o Walmart continua sendo o maior varejista do mundo, tanto nacional quanto internacionalmente, com um compromisso com um novo mercado online e modelo de atendimento. Mas enfrenta desafios dentro do Top 10 da Amazon, Schwarz Group, Aldi e Costco, que estão explorando novos mercados para compras de valor.
As varejistas online chinesas Alibaba e JD.com, que no ano passado estavam no TOP 10, permanecem entre as 50 maiores, mas as mudanças regulatórias no mercado doméstico limitaram suas vantagens em tecnologia financeira.
Segundo ano de pandemia
O ranking mostra que o segundo ano da pandemia de covid-19 desafiou o varejo global, assim como havia ocorrido em 2020. Apesar disso, o setor emergiu com muito mais receita e lucro ao gerenciar mudanças nas necessidades e rotinas dos compradores.
As nações optaram por viver com o covid-19, pois apoiaram programas de vacinação agressivos e incentivaram o uso generalizado de máscaras. A principal exceção foi a China, que seguiu com uma política de zero covid-19 que exigia uma resposta rápida a surtos e bloqueios regionais. Essa abordagem teve menos impacto no varejo do que o esperado, mas foi um fator importante na escassez de estoque que surgiu no final do ano.
O varejo de moda se recuperou quando os shoppings e bairros comerciais reabriram e floresceram com a demanda reprimida dos compradores. Mas os varejistas que dependem de importações tiveram dificuldades para igualar o desempenho de 2020. E o varejo de alimentos ficou vulnerável não apenas a desacelerações logísticas, mas também à escassez de materiais de embalagem, como plásticos e alumínio.
Da mesma forma, a escassez de mão de obra aumentou na maioria dos países em 2021, o que impediu que muitos varejistas mantivessem o horário de funcionamento e os níveis gerais de serviço. No entanto, como os problemas de estoque e mão de obra afetaram todo o setor, os compradores pareceram aceitar essa nova realidade e continuaram gastando, embora não nos níveis de 2020.
Confira, a seguir, a lista das 10 maiores varejistas do mundo divulgada pela NRF.
1º Walmart
O Walmart equilibrou a entrada em mercados internacionais fracos, como a África do Sul, com um mercado omnicanal mais robusto e serviços nas lojas. Aproveitando sua vantagem logística, a gigante americana agora oferece aos clientes uma ampla variedade de maneiras de comprar em todas as plataformas. Isso criou novas oportunidades com compradores de renda mais alta que normalmente optariam pela Amazon. O Walmart também tem trabalhado para expandir o acesso às compras online para grupos de baixa renda nos Estados Unidos e no México, oferecendo acesso à internet a preços acessíveis e novos programas financeiros.
2º Amazon
A Amazon continua a registrar um forte crescimento de receita das suas divisões nos Estados Unidos e na Europa, ao mesmo tempo em que avança para novos mercados na América Latina e na Ásia. A empresa vem expandindo rapidamente sua logística interna para atender às expectativas dos clientes. Os fortes resultados contínuos da AWS fornecem uma base previsível para capitalização e fluxo de caixa para expandir novos produtos e serviços. A Amazon também está expandindo sua rede de lojas físicas com a bandeira Amazon Fresh, juntamente com as lojas Amazon Go, ambas usando o sistema de pagamento Just Walk Out.
3º Grupo Schwarz
Por meio das bandeiras Lidl e Kaufland, o grupo alemão Schwarz mantém-se como o maior varejista da Europa e o terceiro maior do mundo. Como uma empresa privada, tem sido capaz de enfrentar os desafios de financiar o crescimento das lojas, garantindo ao mesmo tempo que as remodelações dos espaços continuem nos mercados da Europa Ocidental. Ao mesmo tempo, buscou maior penetração online e capacidades de atendimento. O crescimento nos Estados Unidos recomeçou silenciosamente com um formato menor que parece estar indo bem nos Estados do meio do Atlântico.
4º Aldi
Os investimentos da rede de supermercados Aldi em melhores experiências de loja e acesso online apoiaram o crescimento contínuo em todos os mercados. Uma das varejistas que mais crescem nos EUA, a Aldi acelerou a abertura de novas lojas em novas regiões. E, como o varejista mais forte da Europa Central, se beneficiou de economias estáveis que resistiram relativamente bem à pandemia. A Aldi tem encontrado novos mercados para onde pode se expandir, incluindo a China. A empresa continua a integrar suas operações de fornecimento global, logística internacional e comércio eletrônico em um modelo altamente padronizado.
5º Costco
Os compradores internacionais de classe média encontraram valor no modelo de clube da Costco, que impulsionou o crescimento em todos os mercados. A alta taxa de retenção de sócios do clube criou uma reserva estável de fundos que o varejista pode usar para abrir novos depósitos e expandir para o comércio eletrônico. A Costco é agora firmemente a segunda maior varejista do Canadá e continua a se expandir na Europa e na região da Ásia-Pacífico, perturbando mercados estáveis com novas expectativas de compradores para produtos e experiências únicas. Sua baixa contagem de SKUs e a rotação de produtos disponíveis trabalharam a seu favor dentro do ambiente de estoque internacional apertado. A Costco também está reinvestindo em serviços para aumentar o valor dos membros.
6º Ahold Delhaize
Como uma empresa unificada nos EUA, a Ahold da Holanda e a Delhaize da Bélgica tiveram um forte 2021 com lojas e e-commerce atualizados, além de novos recursos de atendimento na costa oeste americana. A empresa restabeleceu suas bandeiras de valor tanto nos EUA quanto na Europa com uma experiência de aprimorada, mensagens mais fortes aos compradores e aplicativos de fidelidade mais integrados. A Ahold Delhaize na Europa continua a dominar a categoria de pequenos supermercados. As mercearias online nos EUA e a Europa foram responsáveis por quase toda a melhoria de receita em ambos os mercados. Uma joint venture na Indonésia mostrou um novo crescimento no início de 2022.
7º Carrefour
O Carrefour apresentou crescimento acima do esperado no Brasil e na Argentina. O formato “atacarejo” continua representando seu maior motor de crescimento nesses mercados. A compra das antigas lojas Walmart de propriedade da Advent International ampliou seu posicionamento nas principais regiões do Brasil. No entanto, sua tentativa de comprar o Grupo Pão de Açúcar, que lhe daria quase 60% do mercado de varejo no Brasil, fracassou. As operações na Europa estão indo bem, com quase todo o crescimento de receita vindo do varejo online e o maior volume vindo das pequenas lojas de abastecimento expresso.
8º Ikea
A Ikea reabriu em todos os mercados em 2021 para consumidores que procuram móveis domésticos. Mas sua dependência da logística internacional para transportar produtos especialmente projetados da fabricação para as lojas limitou o crescimento da varejista. Apesar da falta de estoque nas lojas e dos preços mais altos para cobrir os novos custos de fornecimento, a Ikea permaneceu como a varejista nº 1 para uma população que se muda para novos apartamentos e casas. A varejista está começando a se expandir para a América Latina com novas lojas no México e no Chile.
9º Seven & I
Entrando no Top 10 pela primeira vez, a Seven & I opera ou franqueia 79 mil lojas em 19 países. A maioria são lojas de conveniência 7-Eleven nos EUA e no Japão. A empresa também opera uma variedade de formatos de superlojas, lojas de departamentos e pequenas mercearias na Ásia. A 7-Eleven dos EUA tornou-se muito maior com a compra da rede Speedway de lojas de conveniência. E as vendas de comércio eletrônico cresceram em todos os mercados com o novo conceito 7Now sendo lançado nos EUA. Seu programa de marca própria continua a se expandir para novas linhas de produtos, incluindo soluções para refeições e cosméticos.
10º The Home Depot
A Home Depot é a maior varejista de artigos para a casa nos EUA, Canadá e México. O crescimento de dois dígitos do varejista em 2021 foi surpreendente, além dos aumentos igualmente grandes em 2020. Os mercados imobiliários nos três países impulsionaram esses números à medida que os compradores melhoraram suas casas, tanto por dentro quanto por fora. Investimentos de longo prazo em comércio eletrônico, integração omnicanal com lojas e atendimento continuaram a valer a pena em todas as categorias.
fonte: Mercado&Consumo/ Abad