Samsung SDI encerra produção no AM

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Eletroeletrônicos: Fabricante de cinescópios vai transferir fábrica na Zona Franca de Manaus à Samsung Eletrônica

 

A Samsung SDI Brasil, unidade do grupo coreano que até o ano passado produzia cinescópios no país, vai transferir sua fábrica localizada na Zona Franca de Manaus à Samsung Eletrônica da Amazônia. Em julho de 2009 a empresa comunicou à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) a paralisação de sua produção de tubos para televisores e monitores de computador. Com o fim da produção dos velhos tubos, a SDI pretende transferir sua sede, localizada em uma área nobre da Zona Franca, à Samsung Eletrônica, que ocupa uma outra área, bem menor, no local. As duas empresas, embora sejam subsidiárias do mesmo grupo coreano, não têm ligação no Brasil.

 

A transferência da sede de uma empresa a outra tornou-se possível com a aprovação de uma lei em 4 de junho do ano passado. Pela legislação em vigor até então, a Samsung SDI não poderia dar outra destinação ao terreno - doado pelo governo do Estado do Amazonas em 1999 - que não a produção dos cinescópios. A regra, prevista na Lei estadual nº 2.557, de 3 de setembro de 1999, estabelecia que "o imóvel doado destinar-se-á exclusivamente à implantação do projeto industrial da empresa Samsung Displays Devices, sob pena de reversão ao patrimônio público". O projeto industrial da empresa, pelo protocolo de intenções assinado com o governo estadual, era destinado à produção dos tubos, que há cinco anos chegou a envolver 2,5 mil funcionários, segundo Valdemir Santana, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas - recentemente apenas 200 funcionários haviam permanecido na fábrica.

 

Pouco antes de a Samsung SDI comunicar à Suframa a paralisação de suas atividades - em julho do ano passado - e de ter seus benefícios fiscais cancelados pela Suframa, por meio da Resolução nº 186, de setembro, a Assembleia Legislativa do Amazonas aprovou a Lei nº 3.375, de 4 de junho de 2009. A nova lei tem somente quatro artigos e destina-se apenas a alterar a anterior, ao estabelecer que "o imóvel doado destinar-se-á à implantação de projetos industriais ou empreendimentos de interesse social e regional da empresa Samsung Displays Devices".

 

A mudança na lei abriu o caminho para a transferência do terreno doado à empresa irmã Samsung Eletrônica. De acordo com o gerente geral da Samsung SDI, Edmar Andrade, como ambas têm a mesma matriz na Coreia, a SDI fará a transferência da fábrica à Eletrônica, que pretende instalar no local um complexo para a produção de ar condicionados, monitores de LCD e celulares. Ele afirma que as empresas estão em negociação com o governo do Estado em relação aos benefícios fiscais. Procurado pelo Valor, o governo do Amazonas não retornou os pedidos da reportagem até o fechamento desta edição. A Samsung Eletrônica da Amazônia informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que seus executivos não foram localizados para falarem sobre a transferência da fábrica da SDI e a instalação de uma nova unidade na Zona Franca de Manaus. A empresa já tem uma unidade no local para a produção de TVs, DVDs e discos rígidos.

 

A desativação da produção de cinescópios pela SDI é uma tendência mundial, já que o produto foi substituído pelas telas de LCD e de plasma. Segundo Valdemir Santana, a paralisação da Samsung SDI dá fim à produção de cinescópios no Brasil, que passam a ficar restritos a importações. No ano passado o país importou pouco mais de 4 milhões de tubos, contra 5,68 milhões em 2008.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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