Unilever é investigada por órgãos antitruste no mercado europeu

Leia em 2min 40s

A Unilever, segunda maior empresa de bens de consumo do mundo, recebeu objeções de autoridades de concorrência da França e Itália, em dezembro, como parte das investigações envolvendo uma série de produtos.

 

A empresa também enfrenta investigações antitruste na Bélgica, República Tcheca, Alemanha, Holanda e União Europeia, segundo registros enviados pela Unilever às autoridades reguladoras dos Estados Unidos. A companhia não especificou os produtos ou que tipos de comportamentos estavam sob investigação.

 

"Em muitos casos, não está claro se as autoridades tentarão impor uma multa à Unilever e, em outros, é cedo demais para haver condições de avaliar de forma razoável o nível das multas que as autoridades podem buscar impor", informou a empresa de Roterdã no documento à Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA). "A política da Unilever é cooperar integralmente com as autoridades de concorrência no contexto de todas as investigações em andamento." Trevor Gorin, porta-voz da companhia, não quis comentar de imediato as investigações antitruste.

 

A Unilever foi uma das três empresas multadas, em um total de € 37 milhões, pelo departamento de combate a cartéis da Alemanha, em fevereiro de 2008, por fixação conjunta de preços de detergentes e pastas de dente. Kay Weidner, porta-voz da agência antitruste, não quis comentar se uma nova investigação foi aberta.

 

A companhia entrou com apelação contra uma multa na Grécia, por restringir varejistas, segundo o documento enviado à SEC.

 

Em 2008, os escritórios da Unilever na Espanha, Holanda, República Tcheca e Itália foram investigados de surpresa por autoridades locais e da União Europeia, em casos envolvendo acusações de determinação de preços.

 

Ontem, a companhia também divulgou seus resultados no quarto trimestre de 2009. Seu lucro caiu 27% no período. A empresa alertou que o menor consumo e a concorrência agressiva tornarão as condições dos negócios mais difíceis em 2010.

 

O lucro líquido do conglomerado foi de € 831 milhões, abaixo dos € 1,14 bilhão de um ano antes, quando vendeu a divisão Bertolli de azeite de oliva para o grupo espanhol SOS por € 630 milhões. Se for considerado o desinvestimento, a receita do grupo baixou 5%, para € 9,66 bilhões. Excetuando-se fatores extraordinários e considerando as mesmas bases comparativas, o faturamento teve alta de 1,8%. O crescimento de 5% em volume compensou a queda de 3,1% nos preços.

 

Em 2009, a Unilever cortou preços para não perder mercado, em um cenário de recessão no qual os consumidores migraram para marcas mais baratas. O presidente da empresa, Paul Polman, disse que isso levou a ganhos de participação "que foram generalizados e melhoraram no decorrer do ano".

 

Em 2010, "os consumidores estarão ainda mais exigentes, e com razão", disse ele, em teleconferência. "Nossas prioridades então são ter crescimento de volume enquanto asseguramos uma melhora firme na margem de lucro."

 

O lucro da companhia em todo o ano de 2009 foi de € 3,66 bilhões, uma queda de 33% sobre 2008. As vendas recuaram 2%, para € 39,8 bilhões.
 

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

CMPC avalia elevar produção em Guaíba

Grupo chileno teria de pagar multa de US$ 250 milhões à Fibria para ampliar a unidade antes de 2015  ...

Veja mais
Pague Menos cresce

A rede de farmácias Pague Menos, líder nas regiões Norte e Nordeste, pretende crescer 20% em 2010 e...

Veja mais
Cloro-soda em alta

A produção brasileira de cloro alcançou a marca de 1,3 milhão de toneladas em 2009, com acr&...

Veja mais
Kassab veta proibição de sacos plásticos em SP

Em meio aos problemas das enchentes - que têm o excesso de lixo como uma de suas principais causas -, o prefeito d...

Veja mais
Chuva impulsiona formação de estoques e derruba preços

A ameaça de quebras de safra provocadas pelo excesso de chuvas levou o mercado a formar estoques que, com a demor...

Veja mais
Exportação brasileira de suco de laranja cai 19% em 2009

As exportações brasileiras de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) equivalente somaram aproximad...

Veja mais
Liquidações vão esquentar briga de shopping centers

As maiores redes de shopping centers do País, entre elas os grupos Multiplan, que disputa acirradamente com a gig...

Veja mais
Carrefour busca investimentos no Nordeste

Jean Marc Pueyo, diretor-superintendente do Carrefour Brasil, diz que a empresa está à procura de oportuni...

Veja mais
Karsten amplia linha e acirra disputa com a Teka

A indústria têxtil Karsten, de Blumenau, vai entrar no segmento de cama, mesa e banho institucional. Batiza...

Veja mais