Mercado de TVs amadurece e Samsung consolida liderança

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A divisão de fabricação de TVs da empresa coreana quase dobrou desde 2006 - o ano em que superou a Sony Corp. para tornar-se a número 1 em vendas de televisores no mundo. A empresa está chegando perto de 20% em participação no mercado global de TVs, por unidades, uma marca que nenhum fabricante alcançou desde os primórdios da indústria, mais de 60 anos atrás.

 

O sucesso, claro, vem com seus custos. Diferentemente de muitas rivais, que terceirizaram cada vez mais a produção para reduzir custos, a Samsung aumentou a produção de TVs quase toda ela mesma, usando subcontratados apenas para finalizar televisores de tubo em um punhado de mercados mais pobres.

 

Executivos da Samsung dizem que preferem controlar a produção para garantir qualidade e manter um olho nos custos. Mas agora a empresa se vê na inusitada posição de ter de expandir suas próprias fábricas.

 

"Podemos ter de investir em alguma capacidade este ano", diz Kim Yang-gyu, um diretor da divisão de telas da Samsung.

 

A Samsung anunciou este mês planos de investir 100 milhões de euros (US$ 136 milhões) para expandir uma fábrica de TV na Eslováquia.

 

A firme ascensão da Samsung sugere que a indústria de televisores está voltando a ser dominada por gigantes, depois de anos em que o mercado esteve aberto, resultado da transição tecnológica das antigas TVs de tubo para os modelos com telas finas de cristal líquido ou plasma.

 

Há aproximadamente cinco anos, quando as TVs finas começaram a atingir o mercado de massa, o setor estava tão aberto que empresas novatas conseguiam ingressar ao encomendar componentes dos fornecedores, contratar terceiros para montar os aparelhos e arranjar a distribuição com atacadistas e varejistas.

 

Mas agora tamanho e escala estão se tornando mais importantes, porque os preços e margens de lucro caíram.

 

Uma pessoa que começou sua própria empresa de TV no início de 2003, o americano Dan Zubic, de Aurora, Illinois, abandonou o mercado de uso residencial em 2007 porque a concorrência de preços se tornou intensa demais. Hoje, a empresa de Zubic, Ovideon Inc., continua a projetar TVs e contratar terceiros para fabricá-las, mas as vende a clientes comerciais, como escritórios, prédios como aeroportos e emissoras e estúdios de televisão.

 

"Os grandões estão sempre lá", diz Zubic. "Temos de achar nichos nos quais temos melhor desempenho que eles."

 

As cinco maiores fabricantes mundiais corresponderam a 51% de todas as vendas de TVs, por unidade, no terceiro trimestre de 2009, o mais recente período para o qual os dados estão disponíveis, segundo a DisplaySearch, divisão da firma de pesquisa NPD Group. Um ano antes, elas tinham 48%.

 

A Samsung liderou com uma participação de 17,2%, ante 16,5% um ano antes. A segunda maior, a também coreana LG Electronics Co., tinha uma fatia de 14,8%, ante 12,3%.

 

A investida das empresas para ganhar escala é motivada em parte por temor de que as margens de lucro estreitem à medida que os preços das TVs finas se acomodem nos baixos níveis que os televisores de tubo atingiram nos anos 80 e 90.

 

"Muitas dessas empresas estão apostando que haverá um ponto em que o mercado de TVs finas se tornará parecido com a fase madura da era das TVs de tubo, no qual os sobreviventes podem relaxar e contar com preços e lucros estáveis, mas bem baixos", diz Paul Gagnon, diretor de pesquisa de TV na América do Norte da DisplaySearch.

 

Nas décadas de 1970 a 1990, o mercado mundial de televisores foi moldado por um punhado de empresas globais e marcas locais em muitas regiões. Mas a mudança para as telas finas redesenhou o mapa porque elas são mais fáceis e mais baratas de transportar por longas distâncias, o que resultou em megafábricas para painéis e produtos acabados, principalmente no Japão, na Coreia do Sul, em Taiwan e na China.

 

A mudança tecnológica também impulsionou as vendas gerais de TVs, porque as pessoas tendem a colocar modelos de tela fina em mais cômodos de uma casa. Embora as firmas de pesquisa de mercado não tenham finalizado os dados de fim de ano para 2009, analistas dizem que o mercado mundial para TVs deve ter ficado em torno de 210 milhões de unidades no ano passado.

 

Cinco anos atrás, eram cerca de 180 milhões.

 

Executivos da Samsung dizem que a empresa despachou 38 milhões de TVs no ano passado, ante 33 milhões em 2008. Este ano, eles dizem ter como meta vender 45 milhões de TVs.

 

Do total do ano passado, a Samsung despachou 27,5 milhões de modelos de cristal líquido e 3,5 milhões de plasma. O resto foram TVs de tubo. Este ano, os modelos de LCD e plasma devem corresponder a 39 milhões, diz Kim.

 

"Prestamos atenção ao design, temos sólidos relacionamentos com nossos fornecedores e parceiros de varejo e esperamos muito crescimento nos países em desenvolvimento", diz Kim. "Nossa estratégia é muito equilibrada."
 

 

Veículo: Valor Econômico


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