Vendas do comércio crescem 5,9% em 2009

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Apesar do resultado, desempenho caiu em dezembro

 

O comércio varejista conseguiu driblar a crise e aumentou as vendas em 5,9% em 2009, segundo mostra pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE).

 

Apesar do bom desempenho no acumulado do ano, o setor reduziu o ritmo de crescimento em dezembro, com queda de 0,4% na comparação com o mês anterior, o primeiro resultado negativo após sete meses consecutivos de alta.

 

O técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE, Reinaldo Pereira, considera o recuo de dezembro como uma "acomodação" e acredita que a tendência para o varejo ainda é de crescimento. Segundo ele, as boas perspectivas de crescimento da economia brasileira deverão impulsionar o setor este ano. Na comparação com dezembro de 2008, as vendas subiram 9,1%.

 

Pereira explica que o recuo apurado em dezembro ante novembro ocorreu apesar do Natal, porque os cálculos ante o mês anterior são feitos com ajuste sazonal, ou seja, eliminam as influências de determinado período, no caso o aquecimento do consumo do último mês do ano. "O ajuste sazonal esquece que existe Natal", comentou.

 

Segundo ele, mesmo a constatação de que um mês de dezembro não apresentava queda nas vendas ante o mês anterior desde 2003 muda a avaliação de que o sinal negativo é pontual. Outro argumento apresentado por Pereira é o aumento no índice de média móvel trimestral, considerado o principal indicador de tendência, que registrou variação de 0,6% no trimestre encerrado em dezembro ante o terminado em novembro.

 

O termo acomodação foi usado também pelo analista da Tendências Consultoria, Alexandre Andrade. "Acreditamos que esse resultado seja algo pontual, no sentido de mostrar certa acomodação das vendas em patamar relativamente elevado", afirmou. Para ele, o aumento da demanda doméstica nos próximos meses deverá impulsionar o varejo o suficiente para garantir um aumento de 8,3% nas vendas do setor em 2010.

 

AJUSTE

 

A economista do Grupo Santander, Luiza Betina Petroll Rodrigues, concorda que a queda não aponta uma tendência, mas sim um ajuste após um longo período de dados positivos. Segundo ela, o cenário para o varejo é de aceleração neste primeiro quadrimestre, sob impacto do aumento da massa salarial. Ela também acredita que o setor fechará este ano com um crescimento, mas prevê uma variação mais modesta, de 5,5%.

 

O diretor da consultoria GS&MD - Gouvêa de Souza, Luiz Goes prefere os dados comparativos ante igual mês de ano anterior para avaliar o desempenho do varejo e comemora o crescimento generalizado, entre as atividades pesquisadas pelo IBGE em dezembro na comparação com dezembro de 2008. "O crescimento do varejo foi generalizado no País, mostrando que as condições macroeconômicas melhoraram de forma consistente no segundo semestre", observou.

 

CRISE

 

Em 2009, de acordo com Pereira, do IBGE, o crescimento refletiu a continuidade no aumento da massa salarial, a redução dos juros e os incentivos fiscais do governo, com redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos).

 

O crescimento apurado no varejo no ano passado foi menor do que o dos dois anos anteriores, cuja alta ficou em torno de 9% mas, segundo destacou Pereira, a expansão de 2009 ocorreu sobre uma base de comparação bastante elevada. "Se não fosse a crise o setor poderia ter crescido dois dígitos."

 

Entre as dez atividades pesquisadas pelo IBGE, os destaques de crescimento em 2009 ficaram com hiper e supermercados (segmento com maior peso na pesquisa e cujas vendas aumentaram 8,3%), artigos farmacêuticos (11,8%), artigos de informática (10,6%) e veículos e motos, partes e peças (11,1%).

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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