Supermercados retomam “trade marketing à moda antiga”

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Com alta dos custos da publicidade online, amostras grátis no PDV voltam a ganhar popularidade entre as marcas americanas

 

Por Renato Müller 

 

O aumento dos custos e das restrições à publicidade digital – com a consequente diminuição do retorno sobre o investimento – tem feito com que as marcas americanas da indústria voltem ao básico e retomem a distribuição de amostras grátis de produtos dentro dos supermercados. Nas lojas, itens como manteiga de amendoim a biscoitos temáticos do Halloween, passando até mesmo por lenços umedecidos, voltaram a ganhar espaço nas ações de trade marketing.

 

Não é que a prática tenha desaparecido das lojas nos últimos anos – redes como Sam’s Club e Costco continuaram a usar esse recurso mesmo com o crescimento dos meios digitais. Mas tanto a indústria quanto o varejo perceberam que amostras grátis têm uma vantagem competitiva que o digital não consegue igualar: a possibilidade de que o cliente experimente o produto.

 

Parece ridiculamente simples, mas nem sempre o básico é óbvio – ainda mais com tanto buzz sobre inovações tecnológicas. Mas, voltando ao “varejo 1.0”, o Walmart anunciou recentemente planos de expandir a distribuição de amostras grátis de produtos em mais de mil lojas. Já a rede de supermercados Wakefern agregou algo mais, decidindo, no meio do ano, implementar vending machines de amostras grátis de produtos em 95 lojas de suas bandeiras ShopRite e The Fresh Grocer.

 

Para a indústria, a retomada das amostras grátis tem agradado. Afinal de contas, tanto pequenas empresas quanto grandes conglomerados se beneficiam da possibilidade de ganhar visibilidade com os consumidores e melhorar o relacionamento com o varejo, ao mesmo tempo em que medem a aceitação desses produtos antes de se comprometer com lançamentos em larga escala ou grandes esforços de produção e distribuição.

 

“Essa é uma forma simples e eficaz de escapar da saturação de plataformas digitais e ganhar mais exposição no ‘momento da verdade’ do varejo”, afirma Andrew Lipsman, analista da Insider Intelligence. Os números comprovam: de acordo com um estudo realizado pela SimplicityDX, em 2022 o varejo online perdeu, em média, US$ 29 em cada compra de um novo cliente, o triplo do custo de 2014. É cada vez mais caro conquistar novos clientes nos canais digitais – e com isso as boas e velhas lojas físicas voltam a chamar a atenção.

 

Redação SuperHiper 


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