Oferta de TV com conversor digital é restrita

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Cenário: Para fabricantes, queda de preços no varejo pode vencer resistência do consumidor e elevar vendas


O valor cada vez mais acessível da TV digital com conversor embutido tem animado as vendas no varejo. Nas redes do grupo Pão de Açúcar que comercializam eletroeletrônicos - Ponto Frio e Extra -, o preço médio dos aparelhos de LCD com conversor caiu 30% no último ano. Hoje, o valor médio de uma 32 polegadas está em R$ 2,2 mil, superior em cerca de 15% ao preço das LCD sem conversor. Para 2010, a expectativa do grupo é que a venda das TVs equipadas para receber o sinal digital cresça 60%.


Ainda assim, a oferta é restrita: apenas 8% dos modelos de LCD oferecidos nas redes Extra e Ponto Frio são equipados com conversor digital. Essa realidade, no entanto, está prestes a mudar. "Dos 43 modelos de TV que a Samsung vai lançar este ano, 38 terão o conversor embutido", diz Rafael Cintra, gerente sênior da linha TV da companhia. Em 2009, essa proporção foi menor: 28 aparelhos preparados para o sinal digital, em um mix de 40 modelos. Atualmente, 65% das TVs vendidas pela Samsung são com conversor. "Essa média deve subir para 85% este ano", diz Cintra.


A Samsung afirma ter sido a primeira a oferecer aparelhos com conversor embutido, em 2007. Mas, àquela época, a diferença de preço estava em torno de R$ 400 em relação aos aparelhos LCD convencionais. "Hoje, essa distância caiu pela metade", diz Cintra. O valor dos aparelhos vai de R$ 1,6 mil (26 polegadas) a R$ 11 mil (58 polegadas). "O preço pode cair mais este ano, mas ainda é sensível à variação do dólar, que responde por 75% dos custos totais", diz o executivo.


A LG também afirma que hoje a diferença de preço entre os modelos com e sem conversor embutido caiu para R$ 200, em média. Curiosamente, a venda de aparelhos com conversor da marca tem crescido especialmente no Nordeste. Fernanda Summa, gerente de produtos de TV da LG, acredita que o motivo seja a melhoria na qualidade de recepção do sinal, proporcionada pelo aparelho. "É algo mais valorizado pelo consumidor em função da baixa penetração da TV a cabo da região", diz ela. Dos 45 modelos de TV da LG, 25 têm o conversor embutido.


A concorrente Philips, que tenta retomar a dianteira no mercado nacional de televisores - perdido para a Samsung e a LG na última década -, deve apresentar sua nova linha de aparelhos no segundo trimestre. A maioria dos modelos terá conversor digital. "Pela primeira vez, os aparelhos de alta definição (HD, na sigla em inglês) serão a maioria das vendas da indústria", afirma Eduardo Junqueira, gerente geral de marketing de TV, áudio e vídeo da Philips. Segundo ele, o consumidor, que em um primeiro momento buscou as TVs HD no varejo, agora procura as "full HD", com melhor nível de definição da imagem e nas quais boa parte dos modelos tem conversor embutido. "De nada adiantaria ele levar para casa a HD sem o conversor, porque a TV não estaria equipada para receber o sinal", lembra Junqueira. Nesse caso, o consumidor teria que adquirir o conversor à parte.

 

De acordo com a GfK (que cobre 85% do mercado de televisores), a venda de LCD, o modelo mais comercializado de HD, somou 2,9 milhões de unidades em 2009 - um salto de 63% sobre o total de 2008. Entre esses, 482 mil aparelhos (ou 16,5%) foram de TVs com conversor. Esse número é sete vezes e meia superior à venda dos modelos com conversor em 2008. E os fabricantes têm certeza que essa participação vai crescer muito em 2010, tendo em vista a determinação do governo federal de que todos os modelos HD a partir de 32 polegadas lançados este ano estejam equipados para receber o sinal digital. Até 2012, todos os aparelhos produzidos pela indústria, independentemente do tamanho e da tecnologia, deverão ter o conversor embutido.


Segundo a consultoria, porém, a diferença de preços dos aparelhos LCD full HD com conversor, daqueles sem conversor, continua considerável. Em dezembro, um modelo de 32 polegadas sem conversor saía por R$ 1,9 mil, em média, contra R$ 2,4 mil de um aparelho com conversor. A pesquisa da GfK leva em conta todas as marcas.
 

Veículo: Valor Econômico


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