Operadoras logísticas de entrega expressa preveem crescimento de até 50% este ano, puxados principalmente pelo aumento de demanda do varejo eletrônico (e-commerce) no País, que cresce em média 40% ao ano, totalizando R$ 10,6 bilhões de faturamento em 2009, o que representa um aumento de 30% em relação a 2008. É o caso da empresa de logística Direct Express, que pretende ultrapassar R$ 100 milhões de faturamento este ano, ante os R$ 80 milhões de 2009. Outra empresa que também está muito otimista com os frequentes aumentos de demanda das compras pela internet é a Jadlog, que este ano prevê atingir R$ 160 milhões, 50% a mais que no ano passado.
Há quase cinco anos a Direct Express busca enfocar suas atenções ao segmento do e-commerce para atender à demanda crescente das lojas virtuais, não só com o B2B (comércio voltado a empresas), como o B2C (comércio voltado ao cliente final). Em 2009 a empresa superou as expectativas ao crescer 50% em relação ao ano de 2008, atingindo o faturamento de R$ 80 milhões e mais de 7 milhões de entregas. "O comércio eletrônico B2C/B2B possui singularidades que criam demandas específicas e difíceis de serem atendidas por sistemas logísticos tradicionais, por isso a empresa se destaca no cenário nacional. Este crescimento significa muito para nós", comentou o diretor comercial, Luiz Nascimento.
Segundo Nascimento, antigamente o mercado eletrônico contava apenas com serviços oferecidos pelos Correios, no entanto a necessidade de diferenciar determinados produtos fez com que mais empresas entrassem nesse mercado e disponibilizassem soluções ainda mais diferenciadas para cada cliente ou entrega. "Quando entramos nesse mercado, os serviços de entrega expressa ainda eram bastante engessados. Demos opções, reduzimos o tempo de entrega e enfocamos a qualidade de serviço", garante.
A empresa, que atualmente atende a 300 municípios no País, pretende dobrar esse número este ano, com investimentos da ordem de R$ 8 milhões em tecnologia, treinamento e na criação de mais bases de operação, que, segundo Nascimento, poderão ser em Santa Catarina, Minas Gerais e no interior de São Paulo. "Iremos investir 10% do nosso faturamento para ampliar ainda mais nossas bases próprias de atendimento. Estamos estudando fortalecer ainda mais o interior paulista, que representa um grande mercado para o e-commerce", frisou Nascimento.
A operadora logística conta com 12 centros operacionais próprios -em São Paulo (5), São José dos Campos (SP), Rio de Janeiro, Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Porto Alegre (RS) e Salvador (BA)-, responsáveis por mais de 80% das entregas pelas quais a empresa é responsável.
Nascimento destacou que, além das unidades próprias, a operadora conta com 71 unidades de entrega em todo Brasil, homologadas e geridas pela Direct Express, via web. "Este procedimento, além de trazer eficiência à entrega, indiretamente ajuda a diminuir o número de reclamações nos Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) de nossos clientes. Controlamos as entregas feitas pelos parceiros da mesma forma como o fazemos internamente", disse.
A empresa, que também conta com uma carteira invejável de clientes, o alguns dos quais são os maiores no e-commerce -como B2W (detentora das marcas Americanas.com, Submarino.com e ShopTime.com), Sky, Netshoes, Embratel, LG, Samsung, Natura, Ticketmaster e Carrefour-, pretende conquistar clientes na área de suplementos esportivos, de olho na Copa do Mundo deste ano, e nos jogos de 2014 e 2016 aqui no Brasil.
"Estes eventos sempre alavancam as vendas de produtos esportivos, e temos interesse em atingir este mercado, já pensando na Copa que será realizada aqui, no País", finalizou Nascimento.
Vácuo
Outra empresa que vem acompanhando de perto o crescimento acelerado do e-commerce no Brasil é a Jadlog, que possui apenas 5 anos de vida, mas já vem acumulando um crescimento anual de 80%. "Estamos crescendo muito acima do mercado, principalmente com o vazio deixado por duas antigas empresas na área de entrega expressa", comentou Ronan Hudson, diretor-geral da Jadlog.
Em janeiro deste ano apenas, a empresa cresceu 57% em relação a 2009, em fevereiro, 62%, e até o final deste mês a estimativa é que a empresa cresça algo na casa de 65%. Hudson comentou que os novos clientes, Carrefour e Pão de Açúcar, vêm puxando este crescimento, e também destacou o bom desenvolvimento de Fnac, Saraiva, B2W e Polishop. Até o final deste semestre a empresa ainda contará com a entrada de Casas Bahia e Ponto Frio em seus negócios.
"A empresa já crescia acima da média, e com a entrada de novos clientes esperamos ter um dos melhores anos", falou Hudson. Até o fim do ano a ideia é investir aproximadamente R$ 20 milhões na compra de 20 caminhões e mais um avião, além de ampliar o número de franquias de 410 para 500. "Atendemos o Brasil inteiro, mas enfocaremos os pequenos núcleos regionais do País."
Veículo: DCI