Muito mais que um chocolate...

Leia em 4min 10s

Indústria e varejo apostam na venda de ovos e produtos mais sofisticados para esta Páscoa, com crescimento de 10%

 

Há menos de uma semana da Páscoa, data mais saborosa do ano, o mercado de chocolates está aquecido. E a maior aposta são os produtos finos. De acordo com a Associação de Brasileira de Chocolates e Derivados (Abicab), a venda de chocolates requintados terá um crescimento de 10% em relação à Páscoa de 2009. Em BH e todo o estado, fabricantes, como Kopenhagen, Eduarda Ballesteros e Fany Bombons, estão prontos para atender a demanda e apostam alto, com muitos lançamentos.

 

O aumento de vendas de chocolates finos levou a Kopenhagen a expandir os negócios. A indústria 100% nacional pertencente ao Grupo CRM está deixando o estado de São Paulo para produzir os famosos chocolates finos, em Extrema, no Sul de Minas. Os investimentos na nova unidade fabril somam R$ 80 milhões. Aso 82 anos, a empresa lidera o ranking na comercialização de produtos de chocolates para as classes A e B, no Brasil.

 

A transferência de 80% da indústria para a cidade sul-mineira já foi concluída. Foram contratados cerca de 700 funcionários e a maioria é das cidades circunvizinhas a Extrema. Com a expansão da nova fábrica a instituição pretende, até o próximo mês, atuar com 100% da capacidade de produção. A mudança resultará num aumento de 2,.5 mil toneladas para 3,5 mil toneladas de chocolate processado por ano.

 

Com as marcas Kopenhagen, Brasil Cacau e a Dan Top, o Grupo CRM, que tem 260 lojas próprias e franqueadas em todo Brasil, estima para este ano um faturamento de R$ 200 milhões. A grande maioria dos 300 produtos da marca é produzida de forma artesanal, sendo que mais 64 são feitos especialmente para a Páscoa. Para o diretor industrial, Fernando Francalassi, uma das receitas para o crescimento da marca Kopenhagen é que a massa de chocolate usada nas fabricação das delícias demora 72 horas para ficar pronta, diferentemente da média das de outras indústrias, que é de 8 horas. Na fábrica, as barras, os ovos e os bombons recebem tratamento especial com recheios caprichados, até de outros países.

 

Inspirada pela expectativa de crescimento do segmento, Eduarda Ballesteros, que há 12 anos produz chocolates mais requintados, diversificou ainda mais as opções de ovos de Páscoa e doces. Conhecida por oferecer doces finos fabricados artesanalmente, Eduarda usou a criatividade e caprichou nos detalhes, para oferecer aos clientes desde opções de bombons de 80 gramas, com preços de R$ 4 a unidade, a ovos de 1 quilo, que custam até R$ 190. Até o fim da Páscoa, será produzida mais de uma tonelada de chocolate, com mais de 50 opções de tamanhos, formatos e surpresas. A empresária estima superar a média da Abicab, com um “crescimento em torno de 25%”.

 

A preparação na empresa começou em janeiro, com o pedido de materiais para a confecção e decoração dos ovos de chocolate, além, de presentes como coelhos de pelúcia recheados de chocolates, cestas, dentre outros. Com a produção acelerada, a empresária precisou aumentar o número de funcionários e espera, até a Páscoa, contratar mais seis pessoas. Os ovos trufados continuam ser a maior aposta como em anos anteriores e, segundo Eduarda, eles representam 20% de vendas.

 

Também motivada pela alta das vendas de chocolates finos para esta Páscoa, a proprietária da Fany Bombons, Fany Balabram, traz  novidades para a data. Há 26 anos no mercado mineiro, com a produção de chocolates artesanais, Fany Balabram espera um aumento de pelo menos 15% nas vendas. “Nossos lançamentos são o ovo trufado de maracujá, que sai a R$ 160 o quilo, o ovo de capuccino e o de doce de leite, que custam R$ 130 o quilo.”

 

De acordo com Fany Balabram, o público da sua loja é o público de alta renda. “Eles são fiéis aos nossos produtos não apenas na Páscoa, mas durante todo o ano.” Como a maioria dos recheios dos ovos da Fany Bombons é perecível, a loja trabalha com encomendas.

 

O COELHO NO SHOPPINGS

 

Para este ano, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) espera um crescimento de 28% nas vendas de ovos de Páscoa e demais produtos do gênero. De acordo com a Alshop haverá ainda um avanço no número de funcionários temporários para atender a demanda de mais clientes nos estabelecimentos, com expectativa de aproximadamente 15 mil novos profissionais atuando no comércio varejista na data, um acréscimo de cerca de 4% frente ao mesmo período de 2009. As principais representantes do setor de chocolates apostam na produção de ovos com tamanhos ainda maiores do que nos anos anteriores, além de novas linhas de produtos. 
 


Veículo: O Estado de Minas


Veja também

Farmácias terão que reter receitas de antibióticos

Restrição à venda desses remédios será discutida em consulta pública da Anvisa...

Veja mais
Adiada quebra de patente

O julgamento da patente da pílula da felicidade foi adiado. O prazo de validade da patente que garante o direito ...

Veja mais
Titan vai ampliar produção em 50%

A Copa do Mundo da África e as eleições para presidente da República, governador, senador, d...

Veja mais
Adoção do sistema de remuneração variável em alta

Objetivo é aumentar o nível de comprometimento.  As empresas brasileiras de pequeno, médio e ...

Veja mais
Compras criam peso-pesado da logística

A paulista AGV Logística expande seus negócios no Rio Grande doSul. Com matriz em Vinhedo (SP), a empresa ...

Veja mais
Páscoa

O Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP) realizou a Operação Páscoa, ...

Veja mais
Desafio do leite é entrar na bolsa

Um dos grandes desafios da pecuária brasileira é inserir o leite na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuro...

Veja mais
São Paulo volta a produzir arroz com qualidade

Produtividade já é equivalente ao cereal produzido no Rio Grande do Sul, chegando a 6,4 toneladas por hect...

Veja mais
Grupo Silvio Santos sairá às compras de redes menores

O Grupo Silvio Santos acaba de assumir posição de comprador no mercado de varejo, ao sinalizar interesse e...

Veja mais