Brasil vira alvo de empresas estrangeiras de recrutamento

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Motivadas pela crescente projeção internacional da economia brasileira, algumas consultorias de recrutamento executivo estrangeiras, como Mandrake, Aslon e Kilpatrick Executive Search, miram ampliar negócios no País. O objetivo é encontrar altos executivos brasileiros para atuarem em empresas lá fora ou recolocá-los no mercado interno. "Muitas empresas que são nossos clientes lá fora estão investindo ou pretendem investir no Brasil", afirma Jacob Hoekstra, diretor da Kilpatrick e presidente da International Executive Search (Iesf), a maior rede internacional do segmento, com atuação 160 cidades de 40 países e que escolheu o País pela primeira vez para realizar sua reunião anual, na última semana, em São Paulo.

 

No Brasil e na Argentina, a rede é representada há cinco anos pela empresária Silvana Case, vice-presidente executiva da Case Consultores, braço de recrutamento e seleção de executivos da Catho Consultoria em Recursos Humanos, que atende redes como Amil e banco PanAmericano. A empresária reforça o otimismo em relação aos negócios: "Os primeiros meses foram excelentes e as perspectivas para o ano são de crescimento de no mínimo 20%", ressaltou Silvana.

 

Além da Case, o grupo Catho atua em recolocação profissional com a Thomas Case, batizada com o nome do fundador do grupo, o empresário norte-americano Thomas A. Case, que depois de presidir uma subsidiária da Emerson Electric em São Bernardo do Campo (SP) fundou a empresa, em 1977, vislumbrando um mercado inédito no Brasil. Além das divisões de assessoria a empresas e profissionais, com o crescimento da internet, criou em 1997 o classificado de empregos eletrônico Catho Online, que foi vendido em 2006 ao fundo americano de private equity Tiger Global Management, por US$ 50 milhões.

 

Estrangeiras

 

Com sete anos de experiência no recrutamento de executivos italianos às filiais brasileiras de empresas como Pirelli, Armani, Gucci e Prada, a Kilpatrick Executive Search vê boas oportunidades no atendimento a multinacionais brasileiras que procuram especialistas em suas filiais ao redor do mundo. A empresa, de origem italiana, tem escritórios também na Holanda e na Romênia. "Há um grande potencial para atuar para companhias brasileiras que buscam talentos internacionais que possam ajudá-las a atuar em outros mercados. Por exemplo, como investir em mineração na Austrália? Mineração é um mercado que o Brasil conhece, mas ele precisa saber como funciona lá", pontua Jacob Hoekstra, diretor da empresa e presidente da Iesf.

 

Segundo o empresário, a consultoria voltou a crescer no início do ano, depois de um período de paralisação por conta da crise. "Desde novembro do ano passado nós tivemos um grande crescimento. Assinamos mais contratos em janeiro e fevereiro do que nos nove meses anteriores", disse ele.

 

Em 2009, grande parte das companhias ligadas à Iesf na Europa tiveram queda de até 25% em seus negócios. "Na Europa, é um grande problema demitir pessoas: pode levar meses, até anos, e custa muito dinheiro. A legislação trabalhista é muito rígida", analisa.

 

De olho na expansão das empresas norte-americanas em economias emergentes, o Aslon Group, com sede em Ohio, nos Estados Unidos, também veio ao Brasil conhecer o mercado de recrutamento executivo. "O Brasil é um país de interesse de grande parte dos meus clientes na América, especialmente nas áreas de recursos naturais e energia", afirmou Timothy C. Smith, fundador-presidente da Aslon.

 

"As empresas americanas querem ter líderes fortes nos lugares onde elas sabem que os negócios irão crescer rapidamente, por isso estão valorizando líderes de China, Índia, Brasil e Leste Europeu", conclui. Empresas como Master Chemical (indústria química), Fisher & Company (fabricante de acessórios para automóveis) e Ideal Industries (materiais elétricos e de segurança) estão entre seus clientes que atuam nessas regiões.

 

Otimista com os negócios este ano, a canadense Mandrake aponta forte demanda por executivos ligados às áreas de aviação, finanças, logística e indústria. "O Brasil está na linha de frente do cenário financeiro e econômico, deixou de ser um paraíso para as férias e tornou-se um mercado estratégico", afirma Normand Lebeau, presidente da empresa.

 

"O mercado está aquecido. Este é o melhor momento para recolocação", acredita Eduardo Domingues Bahi, consultor de carreira da Thomas Case que aponta uma expansão de 30% no número de recolocações este ano, em comparação ao realizado pela consultoria em 2008. As áreas mais aquecidas são a administrativa, a financeira, a de controladoria e as técnicas (engenharia e meio ambiente). "Ano passado havia crise, por isso a comparação 2008 é mais adequada", diz.

 

Veículo: DCI


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