Luxo de borracha

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Havaianas inova e resolve cobrir os dedos em sua nova linha de calçados

 

Se há 30 anos algum analista de marketing dissesse que as sandálias de borracha usadas pelas classes D e E um dia adornariam vitrines luxuosas como a da Galeries Laffayete, em Paris, seria, no mínimo, chamado de louco ou de incompetente.

 

O improvável, no entanto, aconteceu, e os chinelos de tiras tipicamente brasileiros conquistaram os endereços mais chiques do mundo. "Antes, a classe A só usava Havaianas para evitar choques no chuveiro. Atualmente, atendemos todas as camadas sociais, inclusive as mais ricas", afirma Márcio Utsch, diretor-presidente da Alpargatas, empresa que é dona da Havaianas e de outras sete marcas esportivas.

 

A Havaianas cada vez mais investe no chamado mercado de luxo, em diferentes níveis. Um exemplo extremo foi a parceria da grife com a joalheria H.Stern, que resultou em sandálias com tiras de ouro cravejadas de diamantes, que custam R$ 58,5 mil -menos de dez unidades foram vendidas. Para 2010, a grande aposta da marca é uma linha de produtos que se encaixa no amplo conceito de "luxo acessível": a Soul Collection. Composta por tênis e alpargatas, começa a ser vendida no Brasil em junho, na loja-conceito da Havaianas, nos Jardins, em São Paulo.

 

No Boulevard Haussman, em Paris, e na Via Spiga, em Milão, entre outros endereços sofisticados, os itens da nova coleção -a primeira de calçados fechados feita pela Havaianas- já podem ser adquiridos, por até 55, desde março deste ano.

 

No Espaço Havaianas, na Oscar Freire, o par custará de R$ 49,90 a R$ 74,90. Algo distante dos R$ 7 cobrados pelo modelo mais básico da sandália, que fez a fama da marca em todo o mundo. "O principal objetivo da linha é ampliar o uso da grife no inverno e aproximar a marca do luxo, de forma atraente e acessível", diz Utsch.

 

Três modelos compõem a linha: o Origine, com sete versões de alpargatas, o Urbis Low, com nove combinações de cor, e o Urbis Mid, de cano médio, disponível em seis cores. Todos são feitos de lona e têm o solado de borracha das Havaianas tradicionais. As famosas tiras viraram detalhe nos pisantes.

 

Segundo Utsch, a previsão é de que, no segundo semestre, a Soul Collection passe a ser vendida também em lojas multimarcas. Além disso, a empresa também planeja abrir novas lojas-conceito da Havaianas. "O Rio é uma das cidades que poderá abrigar uma flagship da marca", diz a diretora da Havaianas, Carla Schmitzberger.

 

Carla adianta que serão lançadas quatro coleções anuais dos calçados, com novas cores, tecidos e modelagens. No entanto, as sandálias de 1962 ainda são o carro-chefe da marca. Em 2009, os chinelos quarentões foram responsáveis por R$ 600 milhões dos quase R$ 1,2 bilhão que a Havaianas faturou. "É um produto tão confortável que venho de terno e sandálias para as reuniões da empresa. É um jeito irreverente de encarar a rotina", diz Utsch.

 

Veículo: Folha de São Paulo

 


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