Sob novo comando, Santher inicia fase mais agressiva

Leia em 2min 40s

Sem muito alarde, a Santher, uma das maiores fabricantes de papéis do Brasil, fez uma inesperada mudança em sua linha de frente quatro meses atrás. A companhia demitiu o presidente que tirou o grupo da estagnação. Agora, a estratégia começa a ficar mais clara, dentro do novo projeto de expansão do grupo no país.

 

Em meados de janeiro o Conselho de Administração da empresa, presidido pela família Haidar, dispensou Antonio Werneck - o homem que comandou a reestruturação na Santher (dona das marcas Personal, Snob e Kiss) após uma década de magros resultados. Para o seu cargo foi contratado Carlos Trostli, ex-presidente da Reckitt Benckiser, fabricante de Veja e Vanish.

 
 
 
Em sua gestão, Werneck fez a receita bruta da Santher crescer 41,7% de 2005 a 2008 e atingir R$ 1 bilhão (a estimativa é que o mesmo valor tenha se repetido em 2009, mas o balanço anual ainda não foi publicado). O lucro líquido disparou 600% - foi a R$ 48,4 milhões em 2008. Um forte ajuste nas despesas, além de redução de dívidas e busca de novos parceiros (ampliou-se a venda a pequenos varejistas) ajudou a fazê-la voltar a crescer. Deu tão certo que a Santher decidiu que precisava virar a página.

 

"Completamos um ciclo quando profissionalizamos a companhia em 2003. Agora fechamos outro ciclo com a mudança na presidência", afirma Carlos Zuccolo, diretor de marketing da empresa, contratado em outubro, juntamente com um novo diretor de vendas. "Não estamos fazendo nenhum 'turnaround' na empresa. Trostli está aqui para continuar o trabalho anterior", diz Zuccolo.

 

A empresa entendeu que, com as contas em dia durante a gestão de Werneck, era chegado o momento de privilegiar uma agressividade maior em termos de inovação, lançamentos e fortalecimento de marca, segundo admite a própria companhia. Por trás desse raciocínio há uma relação simples entre preço e volume. Como a quantidade de alguns itens que a Santher comercializa, como papel higiênico, guardanapos e lenços, cresce devagar, é preciso ganhar no preço.

 

O volume vendido pela Santher subiu 6,6% no ano passado, até setembro. Mas a receita subiu quase 13% graças à venda de produtos de maior valor agregado.

 

Aí está a principal tarefa do novo CEO, Carlos Trostli daqui para frente. Foi Trostli que iniciou um processo de reposicionamento de marca considerado vital na Reckitt, em 2003. Ele apostou no lançamento de produtos que chegavam a custar R$ 35 (caso do Air Fresh Matic, spray automático para ambientes), cerca de sete vezes o preço médio de itens vendidos pela marca na época. De certa forma, esse é um caminho que já tem se comprovado acertado para a Santher. O produto Personal Vip, lançado para o segmento premium de papel higiênico, cresceu 51% (em valor vendido) em 2009, enquanto a categoria cresceu 28,7%.

 

"O consumidor descobriu novos produtos, na esteira dos ganhos de renda dos últimos anos. Tudo que traz praticidade e bem-estar acaba tendo demanda", diz Maria Eugênia Saldanha, diretora da Abipla, associação dos fabricantes de produtos limpeza. Neste momento, Trostli prefere não se manifestar, informa a Santher, pois está reavaliando o plano estratégico do ano.

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Sandoz vai exportar hormônios para Europa

A farmacêutica suíça Sandoz, segunda maior companhia global de medicamentos genéricos, est&aa...

Veja mais
Sabor de postal

Como renovar a linha de pratos prontos? Buscando inspiração na culinária de outros países. O...

Veja mais
O café do cachecol

As estações do ano não influenciam só seu figurino. O que vai na sua xícara tamb&eacu...

Veja mais
Lucro da Hypermarcas cai 19% no 1º trimestre

A empresa de consumo Hypermarcas fechou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 62,1 milhões, ...

Veja mais
Preço de alimentos tem alta de 5,19% no ano

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve como referência para o governo fix...

Veja mais
Técnicos de Casas Bahia e Pão de Açúcar debatem detalhes da fusão

As negociações da megafusão entre Casas Bahia e Grupo Pão de Açúcar (GPA) segu...

Veja mais
Supermercados e magazines têm alta de até 40%

Grandes varejistas como o Grupo Pão de Açúcar, apesar de ainda não terem fechado os dados fi...

Veja mais
Beleza interior

É essa a nova aposta da empresária Cristiana Arcangeli com a Beauty'In, uma grife de "aliméticos", ...

Veja mais
Na cola do Viagra

EMS é o primeiro laboratório a obter a licença da Anvisa para produzir o genérico da p&iacut...

Veja mais