IBGE estima uma colheita de 596,9 mil toneladas nos pomares mineiros neste ano, superior à de 2007.
Mesmo com o aumento da produção de laranja em Minas Gerais neste exercício, a área plantada apresentou redução, passando de 32,3 mil hectares no ano anterior para 31,5 mil hectares neste ano. Segundo o coordenador técnico estadual de Fruticultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), Deny Sanábio, algumas áreas produtivas passaram a não ser economicamente viáveis para produção enquanto novas lavouras começaram a apresentar alta produtividade, equilibrando o cenário.
Ainda assim, a atividade é bem desenvolvida em Minas Gerais, pois é adaptável a qualquer tipo de região. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a colheita estimada dos pomares mineiros neste exercício é de 596,9 mil toneladas ante os 583,6 mil toneladas registradas no ano passado. "A produtividade mineira gira entre 25 toneladas e 30 toneladas por hectare, dependendo da variedade da fruta e dos tratos culturais aplicados", explicou.
Em Minas Gerais, as principais variedades cultivadas são a laranja pêra, natal, campista, beira rio, baianinha, bahia e valência. De acordo com Sanábio, os destaques vão para os tipos valência e a beira rio que têm como diferencial a acidez, o volume de suco e o brix (relação entre teor de acidez e açúcar). "Esses tipos, além de servirem para consumo in natura também são ideais para a produção de sucos", comparou.
Segundo o coordenador, o consumidor é quem dita a regra do mercado e cada vez mais está optando por produtos benéficos à saúde. Em função desse aspecto, as perspectivas apontam para aumento na produção de laranja.
"Ainda com um possível incremento, as lavouras mineiras são ineficientes no abastecimento do Estado. A maior parte da laranja consumida aqui vem de São Paulo e Bahia, complementando assim o abastecimento mineiro", salientou.
Alta produtividade - A cultura de laranja é fácil, contando com alta produtividade, podendo gerar frutos e receita durante todo o ano. De acordo com Sanábio, o produtor pode escolher variedades para escalonar a produção e produzir em diferentes épocas do ano. Para a indústria, a caixa de 40,8 quilos de laranja é comercializada a R$ 11,50, cerca de R$ 0,27 por quilo. "Esse preço diminui a margem de lucro para o produtor", afirmou.
Entretanto, nas Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), os preços estão mais atraentes para o produtor. A caixa de 20 quilos de laranja pêra está sendo comercializada entre R$ 13 e R$ 15. Por sua vez, a laranja baianinha está com preço médio de R$ 18. "Esses valores, se o produtor possuir boa produtividade, é compensatório para o segmento", avaliou.
Mas, assim como em todas as culturas do país, o que mais está pesando nos custos são os adubos que aumentaram cerca de 70% em comparação com o ano anterior. "Um dos gargalos mineiros também é a falta de agroindústrias de processamento da fruta, os quais seriam um ponto impulsor da produção também para o mercado externo. Já se fala em campanha de marketing para que a fruticultura em geral possa ser incentivada", destacou.
Veículo: Diário do Comércio - MG
