Volume deve atingir 7 mil toneladas.
A produção de brócolis no Sul de Minas, desenvolvida principalmente por agricultores familiares, deve aumentar cerca de 40% neste ano, ultrapassando o volume de 7 mil toneladas. No ano passado, a safra foi da ordem de 5,0 mil toneladas. Esses números têm por base estimativas do coordenador regional de Horticultura da Emater-MG em Pouso Alegre, Raul Maria Cássia. Ele informa que as propriedades da região são responsáveis, no Estado, pelo cultivo de praticamente a totalidade de brócolis destinado ao processamento e vendido principalmente às indústrias de São Paulo.
Hortaliça folhosa (ou hortaliça-flor), o brócolis cultivado no Sul do Estado é o do tipo ninja ou japonês. "Uma grande vantagem desse produto é a sua durabilidade após a colheita", explicou o coordenador. "O ninja apresenta boas condições para o congelamento e por isso pode ter um processamento mínimo antes da comercialização."
Nas propriedades da região, a produção estimada do ninja, também conhecido como cabeça única (a hortaliça apresenta um único ponto de saída para a flor) alcança cerca de 700 hectares. Raul Cássia diz que, neste ano, os municípios de Senador Amaral e Camanducaia devem responder juntos por cerca de 6 mil toneladas do produto e são de fundamental importância para posição do Sul de Minas como o terceiro maior produtor de brócolis do Sudeste do Brasil, pois ficam atrás apenas dos municípios paulistas de Ibiúna e Mogi das Cruzes.
Caso as condições de tempo continuem favoráveis, sem estiagem prolongada, a área plantada do cabeça única, em Senador Amaral, pode até superar a da batata, que é da ordem de 550 hectares no município. O coordenador explica que o cultivo desse brócolis ocupava 270 hectares no ano passado e atualmente já alcança cerca de 400 hectares. "Já em Camanducaia, havia plantações de brócolis em 140 hectares no ano passado e atualmente o município conta com cerca de 200 hectares plantados", diz ainda Raul Cássia.
O brócolis pode ser plantado em qualquer época e a colheita ocorre no prazo máximo de cem dias. Diversos produtores, como Sebastião Alves da Cunha, de Senador Amaral, interrompem o cultivo por algum tempo (ele dá um intervalo de quatro meses) a partir de junho e arrendam uma parte da área. "Esse período é utilizado para a rotação de cultura e depois a terra é devolvida para reiniciarmos o plantio de brócolis", explicou o agricultor.
Sebastião Cunha, que trabalha com mais 20 pessoas, tem brócolis plantado em 4,5 hectares e destaca que quase toda a área é irrigada. "A exigência de cuidados redobra nos períodos de estiagem", ressaltou. "O trabalho compensa porque uma produção de qualidade possibilita bons contratos de fornecimento para as indústrias. Os grandes compradores estão localizados em São Paulo, principalmente no município de Atibaia, distante 90 quilômetros de Senador Amaral.
Veículo: Diário do Comércio - MG