Fabricantes de produtos derivados do amendoim reforçaram a fabricação de doces e salgados à base do grão para atender à demanda gerada pela Festa Junina e Copa do Mundo. A expectativa é incrementar as vendas em 50% no período frente a 2009, segundo a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados).
Somente de maio a julho, o setor escoará 28% da sua produção para o varejo, sendo que o Mundial de futebol vai impulsionar a participação dos aperitivos de amendoim no mercado, que será de 60%, enquanto os doces representarão 40% das vendas.
"O alimento será um dos principais acompanhantes durante as reuniões para assistir aos jogos", diz o vice-presidente so setor de amendoim da Abicab e diretor da fábrica Santa Helena, Renato Fechino. Para 2010, o setor prevê faturamento de R$ 1,5 bilhão, cifra 15% maior que em 2009.
Durante as festas, a entidade calcula geração de 2.500 postos de trabalhos temporários na indústria e outros 500 nos pontos de venda. A paulista Santa Helena, por exemplo, reforçou a equipe de promotores em aproximadamente 40%, totalizando 250 pessoas.
Fechino pontua que a safra do grão no País deverá atingir 250 mil toneladas no ano, mesmo com a redução de 16,8% na área destinada à plantação, o preço continuará competitivo, pois o mercado ainda tem estoque da produção de 2009.
Do montante produzido, fatia de 97,5 mil toneladas é destinada à exportação, que poderá movimentar US$ 107 milhões neste ano. Amendoim em grãos tem o maior peso entre os itens destinados aos outros países, com 60 mil toneladas, seguido do óleo e outros produtos industrializados.
FORÇA - Para incrementar as vendas no período em 15% frente a 2009, a Yoki Alimentos, que tem fábrica em São Bernardo, instalará 7.000 barraquinhas nos supermercados. "Muitos estabelecimentos no Grande ABC já estão com estrutura de Festa Junina montada", afirma o vice-presidente da empresa, Gabriel Cherubini.
Na Copa, o salgadinho da marca terá figurinhas comemorativas. Além deste produto, são produzidos na região farofa e refresco. Fora as contratações extras em outras unidades, a marca aumentou estoque para atender à demanda.
A concorrente Sinhá Alimentos viu oportunidade para ampliar a linha de produtos. Segundo o diretor comercial, Anderson Miranda, entre os dez novos itens está o amendoim. "Se a aceitação for boa vamos incorporá-lo à produção." Para dar conta de todos pedidos, a empresa criou outro turno. Entre os planos está elevar a participação no mercado da região em 25% neste ano.
Aumento na renda eleva consumo de derivados do produto
Pesquisa encomendada pela Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) ao Ibope identificou migração de pessoas das classes D e E para a C tem impulsionado o consumo de amendoim no País, especialmente na região Nordeste.
Foram mais de 2.000 representantes da classe médica, formadores de opinião e consumidores ouvidos. Fatia de 63% apontou que compra o grão por ele ser saboroso, 23% consideram barato e 10% acham o amendoim saudável. "Muitos têm visão equivocada sobre o produto, rotulado como primo pobre da castanha, mas ele é protéico e tem poucas calorias", defende o presidente da Abicab, Getulio Ursulino Netto.
O executivo destaca que apenas 18% da gordura contida no grão é saturada, ou seja, faz mal à saúde. Hoje, 55% dos produtos vendidos no País têm selo de procedência da entidade.
Veículo: Diário do Grande ABC