Desde 2005, quando começou a exportar, a indústria de cosméticos Cless participava de uma tradicional feira do setor em Bolonha, na Itália. Pela primeira vez a empresa deixará de ir para a feira italiana e participará, este ano, de um evento em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

 

Bruno Piergili Weiers, gerente de marketing da Cless Cosméticos, conta que a troca de locais acabou sendo resultado de vários fatores. "O Oriente Médio vem sendo um mercado com o qual trabalhamos há muito tempo", diz. Ao mesmo tempo, explica, a crise na Europa fez com que o momento não seja o ideal para tentar expandir mercado nos países em que circula o euro.

 

Atualmente, o Oriente Médio é o destino de 50% das vendas ao exterior da Cless. A Europa vem em segundo, mas com representativos 30%. Segundo Weiers, a empresa mantém expectativa de aumentar este ano em 30% as suas exportações totais, na comparação com 2009. Em relação à Europa, porém, a empresa já revisou a meta. "Com a crise, estimamos que venderemos 30% menos do que em 2009." Para compensar essa perda, diz, os alvos são elevar os embarques rumo ao Oriente Médio e à América Latina.

 

No setor de calçados, a West Coast também começa a perceber certa cautela em distribuidores que a marca mantém na Espanha, por exemplo. Segundo o gerente de exportação da empresa, John Schmidt, ainda não é possível medir a redução, mas já é possível enxergar uma tendência de queda de demanda no segundo semestre.

 

Para Schmidt, como a West Coast tem apostado na estratégia de exportar marcas que já conquistaram certo espaço no mercado europeu, a expectativa é que suas vendas não sejam tão afetadas. A empresa, porém, não pretende compensar qualquer queda de embarques à zona do euro com vendas no mercado interno, mas em exportações a outros blocos. A Europa Ocidental representa 15% dos embarques da West Coast, que em 2009 exportou total de R$ 12,5 milhões.

 

Veículo: Valor Econômico