Embalagens de vidro mais leves e resistentes são a aposta da Owens-Illinois e da Saint-Gobain para aumentar a participação no mercado. "Estamos oferecendo à nossa cadeia produtiva uma embalagem com peso menor, o que gera economia no ciclo de transporte", explica o presidente da Owens-Illinois, Rodnei Montenegro.
Por sua vez, a Saint-Gobain, que está presente em 64 países, também anunciou o lançamento, para a indústria de bebidas, de garrafas com peso significativamente menor do que o das embalagens comuns e de fácil transporte. Segundo a empresa, o novo produto, denominado Ecova, utiliza 15% menos matéria-prima e, consequentemente, gasta menos energia na sua fabricação.
Tanto a Owens-Illinois quanto a Saint-Gobain estão desenvolvendo vidros cada vez mais resistentes. Segundo o superintendente da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), Lucien Belmonte, as indústrias de embalagem buscam um vidro tão resiste quanto o utilizado, por exemplo, no i-Phone. Ele acrescenta: "O objetivo vem sendo alcançado gradativamente".
Investimentos
Dentro dos planos da Owens-Illinois para 2010 estão diversas iniciativas com foco em manter-se como uma das principais empresas do mercado vidreiro nacional. Com investimentos da ordem de R$ 72 milhões, a primeira iniciativa da empresa é o lançamento da linha de embalagens sustentáveis, denominada da Leve+Verde, que já estão sendo produzidas e disponibilizadas aos seus clientes desde o início de maio.
A Owens-Illinois é o principal fabricante de embalagens de vidro em 19 dos 22 países onde compete no segmento, e o único fabricante de recipientes de vidro em oito desses países. Segundo o presidente da empresa, a indústria do vidro transformou-se, diversificou-se e chegou a uma fase de maturidade. A Owens-Illinois é líder na Europa, América do Norte, Ásia, América Latina, e está presente também na Oceania.
Atualmente a Owens-Illinois tem, entre seus clientes de embalagem, Coca Cola, Conservas Olá, Diageo, Muller, FEMSA, Pernod Ricard, Batávia, Ângelo Aurichio, Coniexpress, Miolo e Ambev. Seus produtos da marca Cisper, da linha de objetos de mesa, são amplamente conhecidos do consumidor final. A Owens-Illinois é a maior fabricante de embalagens de vidro do mundo.
Modernização
A Saint-Gobain Embalagens tem previsto um investimento de US$ 103 milhões até 2014. Essa verba contempla principalmente a modernização da linha de produção, desenvolvimento de novos produtos, compra de equipamentos mais modernos, tecnologia (troca de softwares) e outras inovações no parque fabril.
São garrafas de alta qualidade, projetadas e produzidas de forma a reduzir o impacto global sobre o meio ambiente.
Segundo a Saint-Gobain, com as novas embalagens também é possível atingir uma redução de 15% na emissão de gás carbônico durante o processo produtivo. Para cada 10% a mais de caco de vidro reciclado, a energia na produção de garrafas é reduzida até 4%. Por serem mais leves do que as garrafas comuns, também favorecem a redução de emissões geradas pelo transporte dos produtos. O resultado é uma redução de 6% na emissão de poluentes e até mil unidades a mais por carregamento (um pallet extra por caminhão). "Nosso maior desafio foi manter a qualidade das nossas embalagens, reduzindo o impacto ambiental. Para isso, analisamos toda a cadeia de desenvolvimento dos produtos, da matéria prima ao transporte para o consumidor final", diz o diretor-geral da divisão de Embalagens da Saint-Gobain na América Latina, Américo Dénes.
Design
O coordenador do Comitê de Design da Associação Brasileira de Embalagem (Abre), Carlos Zardo, explica que a indústria do vidro tem uma busca permanente por embalagens mais leves e mais finas. "O peso do material impacta diretamente o gasto com combustível", afirma o coordenador.
Segundo Zardo, a aplicação do vidro na embalagem tem um impacto direto na percepção do consumidor.
"O vidro agrega valor. Mas cada material destina-se a uma aplicação diferente", diz ele.
Para a Abividro, o consumidor Brasil tem ampliado a sua base de consumo e o vidro tem crescido dentro da expansão da classe C.
A Owens-Illinois vê boas perspectivas no mercado brasileiro e prevê crescimento em seu faturamento, que deve chegar a R$ 900 milhões em 2010.
Veículo: DCI