Joint venture entre Cosan e Shell já está na briga pela vice-liderança

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Combustíveis: Conclusão da associação entre as duas companhias está prevista para julho

 

A joint venture entre Cosan e Shell, que cria uma empresa com faturamento em torno de R$ 50 bilhões no país, já está pronta para brigar pela vice-liderança em combustíveis no país. Dados obtidos pelo Valor mostram que as duas empresas, juntas, ficaram em abril com 19,1% de participação em todos os mercados de combustíveis (diesel, gasolina, etanol, aviação e GNV), em segundo lugar, enquanto o grupo Ultra (Ipiranga e Texaco) ficou com 18,9%, e BR Distribuidora, da Petrobras, líder absoluta, com 36,7%. Em fevereiro, quando foi anunciada a associação, as duas tinham fatia de 18,4%, o Ultra 18,7% e a BR, com 38%.

 

Se considerar apenas os mercados de gasolina, etanol e diesel, Cosan, com a marca Esso, e Shell, juntas, ficam com 18,2% em abril, ante 17,4% em fevereiro. O grupo Ultra fica com a vice-liderança, com 20,8%, ante 20,7% em fevereiro. A BR mantém-se líder, com 33,6%. As duas companhias tiveram crescimento de participação nos segmentos de etanol e diesel, saindo de 16,5% para 19,2%, e 15,9% para 17,1%, respectivamente. Em gasolina, recuaram de 20% para 19,3%, no mesmo período.

 
 
O avanço das duas companhias, embora pequeno, já demonstra o perfil agressivo delas no mercado. "As empresas estão agressivas no mercado, no que se refere a preço. Necessariamente, maior participação não significa boas margens", afirmou uma fonte. Neste ano, o anúncio da joint venture entre Cosan e Shell foi considerado um passo ousado no setor de combustíveis e na produção de etanol, considerando que a multinacional mantinha apenas pesquisas em segunda geração de combustíveis.

 

A Cosan, por meio de Esso, pretende aumentar em mais 100 postos sua rede de distribuição no país, por meio de bandeiras brancas e contratos com postos. Hoje, a companhia tem 1.650 postos. A Shell planeja englobar outros 150 postos - no país tem cerca de 2.700 unidades, informou Emílio Gouvêa, diretor da companhia. "No ano passado, incorporamos 200 postos", afirmou Gouvêa. As duas empresas pretendem também fazer aquisições.

 

O processo de "due dillingence" (auditoria) já está praticamente concluído. Agora, as empresas estão discutindo a finalizando da confecção dos contratos, que deverá ser concluído nas próximas semanas.

 

Na semana passada, a Cosan divulgou que registrou no quarto trimestre da safra 2009/10 lucro líquido de R$ 308,7 milhões, revertendo prejuízo de R$ 40,2 milhões em relação ao mesmo período do ano passado. No período, a companhia apresentou Lajida recorde (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 575,9 milhões, e receita líquida de R$ 4,394 bilhões, alta de 87% sobre igual período do ano anterior. Em relação ao acumulado do ano, a Cosan fechou com lucro líquido de R$ 986,5 milhões, ante prejuízo líquido de R$ 473,8 milhões. O faturamento líquido nos 12 meses ficou em R$ 15,3 bilhões, 144,6% superior ao exercício social anterior, de R$ 6,3 bilhões. A Cosan Combustíveis e Lubrificantes, negócio de distribuição de combustíveis e lubrificantes da rede Esso e da marca Móbil, foi a que mais contribuiu para esse resultado, com receita de R$ 10,1 bilhões no período, ou 66,2% do total.

 

Neste ano, a companhia pretende investir entre R$ 2 bilhões a R$ 2,4 bilhões, o que inclui combustíveis, logística, açúcar e álcool, além de outros segmentos no qual a companhia atua. A Cosan fez sua estreia no setor de combustíveis em 2008, ao anunciar a compra da Esso, que pertencia à petrolífera ExxonMobil. Esse segmento começou a ficar movimentado novamente a partir dos anos 2000, quando o Ultra adquiriu a Ipiranga, acelerando o movimento de concentração.
 

 


Veículo: Valor Econômico


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