Marcas próprias ganham espaço nas gôndolas

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Aumento da renda impulsiona as vendas no Estado.

 

O aumento da massa salarial dos brasileiros, que ampliou o poder de compra da população, está impulsionando a venda de produtos de marca própria nos surpermercados de Minas Gerais. De acordo com o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, apesar de o principal atrativo ser o preço mais em conta na comparação com os líderes de mercado, as redes também conseguem fidelizar os clientes.

 

No primeiro trimestre deste ano o consumo das famílias registrou incremento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2009. O resultado foi um dos principais fatores que colaboraram para o crescimento de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) de janeiro a março, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Segundo Rodrigues, atualmente 45% dos estabelecimentos supermercadistas do Estado oferecem produtos de marca própria. O segmento responde por cerca de 5% do faturamento do setor em Minas. Conforme ele, trata-se de um setor de atuação antagônica, já que para alguns empresários trata-se de uma oportunidade de negócio, enquanto para outros não é tão atrativo.

 

"Em alguns supermercados, os produtos de marca própria chegam a representar até 12% do faturamento. Em contrapartida, existem grandes redes que optam por nem trabalhar com os itens, por não acreditarem no desempenho das vendas", explicou.

 

Ainda conforme o superintendente da Amis, a venda de produtos que carregam a bandeira do supermercado traz benefícios para o consumidor e para os empresários. No entanto, ele ressaltou que este último conta ainda com despesas extras, já que além da produção das mercadorias precisa arcar com todo o processo de gestão da marca.

 

"No final das contas vale à pena o investimento, pois o supermercado passa a contar com mais aquele artigo como estratégia de fidelização. Se o cliente gostar daquele produto, ele só conseguirá adquiri-lo novamente naquele estabelecimento", observou.

 

Na rede de supermercados Super Nosso, que possui 12 unidades na capital mineira, cerca de 7% do faturamento da rede é proveniente das vendas de produtos que carregam a marca do supermercado. De acordo com o proprietário da rede, Euler Fuad, a empresa mantém um profissional responsável pelos negócios referentes ao segmento.

 

"Nossa filosofia ao atuarmos com a marca própria é aliarmos qualidade e preço competitivo. Além disso, visamos à fidelização do cliente, que ao gostar do produto volta para comprar mais", explicou.

 

Segundo ele, a rede conta com mais de 20 mil itens no mix de produtos. Aproximadamente 800 levam a marca da empresa, o que equivale a 4% do total. Entre eles, os que mais se destacam em volume de vendas são pizzas, salgados, congelados e vinhos.

 

Ainda de acordo com Fuad, somente nos seis primeiros meses deste ano, as vendas do Super Nosso aumentaram 17% na comparação com idêntico período do ano passado. "Além da melhoria da confiança do consumidor e no aumento do poder aquisitivo, a Copa do Mundo também ajudou a incrementar os negócios do segmento de alimentos e bebidas. E é justamente nessa área que registramos melhores índices de comercialização dos produtos da nossa linha", explicou.

 

A marca estampada nos produtos é uma maneira de fidelizar os clientes
ABC - Já a rede de Supermercados ABC, sediada em Divinópolis, na região Centro-Oeste, também tem registrado aumento nas vendas dos produtos de marca própria. De acordo com o diretor de Marketing da empresa, Túlio Fernandes Martins, a linha responde hoje por 5% do faturamento do supermercado.

 

Ao todo, o ABC, que concentra 20 lojas espalhadas pelo Centro-Oeste do Estado, conta com 15 mil itens em seu mix de produtos, sendo que mais de 200 estampam a marca da rede.

 

De acordo com Martins, anualmente a rede investe na diversificação das mercadorias de marca própria e na ampliação dos itens. "Somente este ano já lançamos sucos, azeites e vinhos", afirmou.

 

Já o proprietário da rede de supermercados Coelho Diniz, Ercíclio Diniz de Araújo Filho, que possui sete lojas em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, disse que adotou a estratégia recentemente.

 

Segundo ele, no segundo semestre do ano passado, quando o país ainda se recuperava das conseqüências da crise econômica mundial, a diretoria optou por adotar a produção e venda destes produtos para aumentar as vendas da rede. "De lá para cá, registramos um aumento substancial da saída destes itens", disse.

 

Conforme Diniz Filho, entre os produtos de linha própria que o supermercado trabalha destacam-se os alimentícios, como arroz, óleo e açúcar. "Ainda temos poucas mercadorias em circulação. Mas a expectativa é chegar ao final do ano com pelos menos 20 itens com a marca Coelho Diniz", destacou.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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