Os sabonetes bactericidas estão ampliando a sua presença no mercado brasileiro. Grandes empresas -como a Unilever, Reckitt Benckiser, Ypê e Bertin Higiene e Beleza- querem abocanhar parte de um mercado que, no ano passado, registrou vendas no valor de R$ 288 milhões, 12% do total de RS$ 2,4 bilhões comercializado com sabonetes. A expectativa do mercado é de que a fatia dos bactericidas dobre em cinco anos, chegando a 24% do total de vendas de sabonete.
Atualmente, o Protex (da Colgate-Palmolive) detém 97% de participação do segmento de sabonetes antibacterianos, de acordo com uma pesquisa da Nielsen Retail. A concorrência, no entanto, só tem aumentado, pois novas marcas têm entrado no mercado, como o Dettol (da Reckitt Benckiser), Ypê Action (da Ypê), Lifebuoy (da Unilever) e Francis Protection (da Bertin Higiene e Beleza).
A Unilever lançou em julho o sabonete antibacteriano Lifebuoy, que é fabricado nas versões barra e liquida. A companhia apostou na demanda dos antibacterianos depois de eventos como a gripe H1N1, que se transformou em epidemia no ano passado. "O mercado tem espaço para novos sabonetes com função bactericida", afirmou o vice-presidente Global de Cuidados Pessoais da Unilever, Ricardo Pimenta. Segundo ele, hoje, cerca de 30% de todos os sabonetes vendidos no mundo são bactericidas. "Por isso, a Unilever trouxe mais uma opção para o mercado nacional.", afirmou o executivo.
"Nossa meta é conquistar a liderança neste segmento no País", afirmou Pimenta. A entrada da companhia na categoria de antibacterianos deve fortalecer sua presença no segmento geral de sabonetes, em que atua com as marcas Dove e Lux.
A análise do mercado é que, diante do grande crescimento de sabonetes antibacterianos no Brasil, a Unilever resolveu lançar o produto e garantir o seu desempenho no mercado. Pimenta nega que Dove e Lux estejam perdendo mercado para os antibacterianos. "Pelo contrário, eles ainda têm espaço para crescer. Hoje, um a cada três sabonetes vendidos no Brasil são da Unilever", disse ele.
Para a Reckitt Benckiser, detentora das marcas Vanish, Veja e Bom Ar, a presença no segmento de sabonetes bactericidas é importante. Através da marca Dettol, a grupo americano colocou no mercado nacional uma linha completa de sabonetes e géis antissépticos. O produto, que já é comercializado em cerca de 60 países, tornou-se a quarta maior marca em receita global do grupo, com 13% do total. "Temos 20% de market share com Dettol na Ásia, na África e no Oriente Médio, e entre 5% e 10% na Europa", disse o diretor regional da Reckitt Benckiser (RB) para a América Latina, Frederic Larmuseau.
Vendas
O interesse repentino da indústria por produzir sabonetes antibacterianos tem uma explicação: em 2009, 12% dos R$ 2,4 bilhões comercializados em sabonetes vieram da versão antibacteriana, segundo a Nielsen. "Em cinco anos, esta porcentagem deverá dobrar de tamanho e chegar a 24%", afirmou o diretor regional da Reckitt Benckiser (RB) para a América Latina.
O Brasil já começa a receber sabonetes em barra, líquido e gel antisséptico Dettol das fábricas da RB da Ásia. Larmuseau adianta que em no máximo dois anos pretende inaugurar uma fábrica no Brasil para produzir os sabonetes Dettol. Ele também estuda lançar novas linhas sob o guarda-chuva da marca, a exemplo de produtos de limpeza e purificadores de ar. O executivo acrescenta que, em 2009, a Reckitt Benckiser Brasil cresceu 14,5% e este ano quer avançar 20%.
A Bertin Higiene e Beleza também entrou na disputa por espaço no mercado de sabonetes antibacterianos com o Francis Protection, que promete eliminar até 99% dos microorganismos. O produto, no entanto, ainda não é encontrado com regularidade em todos os pontos-de-venda. "Nossa maior dificuldade tem sido reabastecer as lojas conforme a demanda. O produto está vendendo muito rápido", explicou a gerente das marcas Francis, Hydratta, Phytoderm e Ox, da Bertin Higiene e Beleza, Sandra Ramalho.
Dentro de um mercado cada vez mais competitivo , a Colgate-Palmolive reage com o lançamento do Protex erva-doce.
Veículo: DCI