Feiras noturnas evitam perder clientes

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Os feirantes do Grande ABC têm apostado nas feiras noturnas para minimizar os prejuízos causados pelos supermercados, sacolões e grandes varejistas que roubaram grande parcela dos clientes da região. Com a vida diária cada vez mais corrida, é cada vez menor número de consumidores com tempo de ir as feiras livres pechinchar preços e escolher de acordo com a qualidade do produto.

 

Apesar da diminuição no número de clientes, no dia do feirante - comemorado hoje - trabalhadores e empresários do setor afirmam que não há risco do comércio desaparecer.

 

As feiras noturnas, criadas para vencer essa dificuldade, ainda são minoria e atingem, em cheio, às famílias onde a mulher trabalha fora o dia todo, mas, ainda assim, tem de ser esforçar para ganhar destaque em relação aos supermercados.

 

"Muitas pessoas optam hoje pela praticidade e não pela qualidade, porque feira tem isso: fruta, legume, verdura fresca. Enquanto os produtos nos outros lugares ficam até uma semana em exposição, aqui, vendemos no mesmo dia", aponta o feirante Altemar Alves, que trabalha há 17 anos no segmento.

 

Para o dono da barraca de verduras e legumes Lourival Gomes Silva, mesmo o movimento noturno é "mais devagar" por conta dos supermercados, mas não amedronta o feirante. "Temos jovens que vêm para bagunçar, temos casais jovens que compram conosco. O supermercado roubou muitos clientes, mas não traz riscos de que a feira termine de vez", alega ele, que trabalha com os dois filhos de terça a domingo em feiras do Grande ABC e da Capital.

 

O presidente do sindicato do Comércio varejista dos Feirantes do Abemrp (Santo André, São Bernardo, Mauá e Ribeirão Pires), Odair Roberto Loureiro, afirma que a confiança e a amizade entre feirante e consumidor é um dos principais motivos para que a feira continue firme como meio de comércio. "Existe o vínculo com quem está atrás do balcão. É o atendimento de 1ª classe. Têm clientes que mudam de cidade, mas voltam aqui para buscar produtos com a gente. Há confiança no nosso trabalho", atesta o feirante que trabalha no ramo há 45 anos.

 

Para o presidente do Sindicato dos Feirantes e Ambulantes de São Caetano, José Santino, a feira foi a única coisa que não desenvolveu-se para acompanhar a era digital e isso é o que mais ameaça seu sucesso. "Os jovens desconhecem essa relação de confiança da feira. Nosso público principal é de gente mais idosa, de donas de casa que ainda não trabalham. isso é um desafio a ser vencido", aponta ele.

 

Apesar de todos os problemas, Maurício Videira, que trabalha no setor há 25 anos, diz que "feira é feira", e que não há perigo de perda de espaço para os varejistas. "Temos de ter jogo de cintura, se não tivermos, quebramos porque o frio, a chuva atrapalha demais. Mas conquistamos muita coisa e há público que não troca a feira por nada."

 

Veículo: Diário do Grande ABC


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