Hipermercados lançam moda e marca própria em vestuário

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As grandes redes de hipermercados como Pão de Açúcar e Walmart começam a lançar novas tendências do segmento de vestuário, e apostam em marca própria, números maiores e linha fitness com a expectativa de aumentar em torno de 20% as vendas de roupas, calçados e acessórios dentro das lojas. De acordo com levantamento do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), o setor têxtil representa, em média, 5,5% da receita bruta de uma grande rede do setor.

 

No Walmart, as ações buscam dar impulso ao segmento e são voltadas ao potencial de compra dos consumidores que não acham alternativas em shoppings. "Nosso grande diferencial são as roupas de tamanhos alternativos, que muitas vezes não são encontradas em lojas de rua ou shoppings", disse César Roxo diretor de Vendas do Walmart.

 

As marcas próprias no setor têxtil são apontadas pelo executivo como diferencial na hora de escolher entre lojas em shoppings e hipermercados. Com relação às importações, hoje, o Walmart importa até 20% de todo produto vendido. "Não dá para falar com precisão quanto importamos, fica sempre na casa dos 15% a 20%", afirmou.

 

A variedade de roupas e produtos de cama, mesa e banho cresceu 48% em 2009 com relação a 2008, de acordo com pesquisa divulgada em agosto pela Nielsen; para 2010 o objetivo é manter a projeção de crescimento.

 

Para Roberto Nascimento, professor do curso de Gestão Estratégica de Marcas Próprias da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), as marcas próprias são a grande cartada dos hipermercados. "A ideia dos hipermercados é aumentar as margens de lucro, ofertando produtos de maior valor agregado com vantagem competitiva", disse.

 

A vantagem competitiva, no caso das roupas, é atrair os consumidores com produtos de design próprio. "Queremos mostrar que o cliente não encontra só alimento de marca própria, mas também pode se vestir em nossas lojas", disse Sidnei Fernandes Abreu, diretor da área têxtil do Grupo Pão de Açúcar.

 

A rede de hipermercados investiu na reformulação das marcas próprias de vestuário no ano passado, quando montou uma área de design de moda para as marcas Cast, Boomy e Bambini. Com mais variedade, a venda de têxteis vem crescendo a taxas de dois dígitos na rede. "Nossa primeira estratégia foi mudar a percepção do público em relação às roupas de supermercado. Investimos no visual de merchandising da loja e em desenvolvimento de produtos em termos de qualidade e tendência de moda", disse Abreu.

 

No Walmart, a estratégia de mudança no conceito de compra de roupas do consumidor também foi feita com alterações físicas na loja. "Para desassociarmos a estrutura de hipermercado normal, criamos ambientes especiais com decoração diferente", afirmou Roxo. Sem anunciar os números, o executivo afirmou apenas que além das vendas em tamanhos especiais, o carro-chefe deste ano, tem sido a linha infantil e a surpresa positiva foi a linha fitness. "Essas duas são segmentos superbem vendidos.

 

Para Neide Montesano, presidente da Associação Brasileira de Marcar Próprias (Abmapro), o brasileiro aprendeu a comprar marcas próprias recentemente, mesmo com esse tipo de produto ter mais de 20 anos. "O crescimento das marcas próprias prova que o consumidor busca a relação custo-benefício", diz.

 

Essa relação, de acordo com o especialista em consumo Roberto Meir, pode gerar 15% de economia e soma no valor agregado do produto. "A escolha por marcas próprias não é uma tendência é uma solução. Muitas vezes o cliente encontra marcas em que a qualidade é equivalente dentro dos hipermercados e passa a ser um cliente fiel", disse.

 

Mesmo com essa possibilidade, Luis Augusto Ildefonso da Silva, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Shoppings (Alshop) não vê os supermercados como um risco de concorrência. "Talvez seja um pouco concorrente nos shoppings mais populares, mas não acho, pelo tratamento do cliente no shopping, que essa troca aconteça", disse ele.

 

Mercado

 

Conforme o diretor presidente do Iemi, Marcelo Prado, o setor de roupas dentro dos hipermercados representa 6% do faturamento do setor têxtil - R$ 4,5 milhões por ano. "O mercado tinha potencial para crescer há alguns anos, chegou a simular um crescimento, mas parou", estima,

 


Veículo: DCI


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