Ajustes contábeis que precisam ser feitos pelas redes varejistas em seus balanços, com base em acordos comerciais com os fornecedores, é prática cada vez mais complexa. Há diferentes acordos entre indústria e varejo, que proporcionam benefícios financeiros ao lojista.
No caso do Carrefour, descontos e incentivos comerciais a receber de fornecedores elevaram os ganhos da empresa no Brasil em 2009 e início de 2010, segundo informações obtidas pelo Valor. São as "bonificações do varejo" que podem ser lançadas como recebíveis no balanço. Esses ganhos engordaram uma linha do resultado global intitulada "supplier receivables". A questão é que, ao longo das negociações com a indústria, se os recursos não entram no caixa, é preciso dar baixa como "provisão". A questão é como isso foi feito ao longo do tempo pela filial brasileira do Carrefour.
O novo comando da unidade brasileira e a KPMG estão avaliando de que maneira a empresa deu baixa nos descontos e incentivos não recebidos da indústria.
A bonificação mais comum tem a ver com os valores a receber da indústria, oriundos de bonificações com a venda de mercadorias. Ela pode se dar pela entrada de produtos que fazem parte do "enxoval" da loja (primeiro lote de produtos concedidos gratuitamente a uma loja nova). E pode ser um benefício para a rede colocar um produto em lugar de destaque nas gôndolas.
Veículo: Valor Econômico