Por perceber o potencial das classes C, D e E, as empresa do varejo são apontadas como as que melhor dialogam com o modo de vida desses consumidores.
O grupo Pão de Açúcar recentemente transformou a bandeira CompreBem (antigo Barateiro) em Extra Supermercado porque percebeu a mudança de hábito de consumo dos consumidores emergentes.
"Ampliamos a quantidade de itens perecíveis que eram oferecidos para atender a necessidade dos clientes", diz Hugo Bethlem, vice-presidente do grupo.
No passado, a rede admite ter cometido erros que serviram para entender o novo consumidor.
"Oferecíamos uma série de produtos da marca Barateiro. E, para o consumidor mais pobre, isso era o mesmo que dizer "eu já sou pobre e você quer que eu coloque na mesa um produto que mostre isso a meus amigos e familiares?"."
"Agora, a marca oferecida no Extra Supermercado é a Qualitá, que remete a um produto de qualidade, que não vai envergonhá-lo", afirma o executivo, ao se referir ao fato de a classe emergente querer reforçar o status e a confiança.
Outro erro apontado pelo executivo é insistir em propagandas com percentuais de desconto.
"Você coloca em letras garrafais que tal produto tem 15% de desconto. Mas esquece que 67% da população tem dificuldade em entender matemática", afirma o vice-presidente do Pão de Açúcar.
TAPETE VERMELHO
A rede Magazine Luiza estende tapete vermelho, oferece café da manhã, promoções exclusivas e faz eventos em suas lojas para um grupo de 700 mil "clientes ouro", que são considerados os mais fiéis.
"Não são os que mais gastam, são os mais fiéis. Uma vez por ano abrimos as lojas especialmente para recebê-los para um café da manhã como o oferecido em hotéis cinco estrelas, com direito a tapete vermelho", diz Frederico Trajano, diretor de marketing e vendas da rede.
Cerca de 25% do faturamento do grupo vem de consumidores na faixa de renda de R$ 1.700 a R$ 1.800. (CR)
veículo: Folha de S.Paulo