Para ter mais volume, Walmart elimina promoções

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O consumidor que visitar as lojas do Walmarta partir de hoje pode estranhar a ausência das típicas cartolinas amarelas anunciando preços baixos "só hoje!". Aos 15 anos de Brasil, a filial da líder mundial do varejo decidiu colocar em prática o velho slogan "preço baixo todo dia". Na prática, significa que não haverão promoções em nenhuma das nove bandeiras do grupo no país (Walmart, Hiper Bompreço, Big, Bompreço, Nacional Mercadorama, Todo Dia, Maxxi e Sam's Club), porque a meta é ter, sempre, os preços até 20% mais baixos do que eram até agora.

 

"O consumidor não ficará restrito a um dia da semana para fazer uma boa compra", diz Marcos Samaha, presidente do Walmart no país. Para conseguir este feito, o Walmart cortou custos internos, reduziu sua margem percentual sobre os produtos e reformulou seu contrato com fornecedores. Nesse sentido, os descontos relacionados a mídia (quando o fornecedor paga para ser anunciado no folheto de ofertas) e a espaço extra na loja (quando o produto aparece na ponta da gôndola ou em "ilhas" na área de circulação) foram extintos.

 

"Como resultado, temos maior equilíbrio na participação de fornecedores pequenos e médios, em comparação aos grandes", diz José Rafael Vasquez, vice-presidente comercial do Walmart Brasil. A partir de agora, para ganhar espaço de destaque na loja, basta que o fornecedor ofereça o melhor preço. Como exemplo, ele cita um fornecedor médio de salgadinhos e bombonière que, no último trimestre de 2010, na fase de testes do projeto, aumentou em 70% suas vendas depois de baixar o preço dos itens.

 

Um fornecedor de alimentos ouvido pelo Valorafirma que alguns descontos continuam sendo cobrados. "Ainda há uma cobrança para inauguração loja, reinauguração de loja e logística [o fabricante leva o produto até o centro de distribuição do varejista e arca com os custos do transporte até as lojas da rede]", diz a fonte. Para esse fabricante, o desconto médio caiu de 19% para 6% no novo contrato.

 

Outro fabricante de alimentos afirma que as grandes redes - Walmart, Carrefoure Pão de Açúcar- têm proposto contratos menos leoninos desde o ano passado, quando passaram a unificar o desconto sobre a fatura paga aos fornecedores. "Eles querem ter alternativas aos grandes fabricantes".

 

Nesse primeiro momento, o desconto de até 20% no Walmart foi repassado a dois mil itens de alimentos, bebidas, limpeza e higiene pessoal. Paulatinamente, será estendido aos 70 mil itens da rede. A proposta é ganhar em volume para compensar a redução da margem percentual e do aumento dos custos de mídia, diz Samaha. Mas e se a concorrência oferecer uma promoção melhor? "O brasileiro é inteligente e não vai comprar algo que é barato só um dia, quer comprar sempre".

 

O grupo Pão de Açúcar manterá a estratégia de preços e de negociação com indústria. "Fizemos reduções de custos, reestruturamos o negócio para sermos competitivos, várias vezes, e negociamos com fornecedores há tempos. O preço mais baixo sempre não é novidade no varejo brasileiro e isso já tem dado certo para nós", diz José Roberto Tambasco, vice-presidente executivo do Grupo Pão de Açúcar.

 


Veículo: Valor Econômico


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