Onofre investe na classe C e D para ampliar público em 2011

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A ascensão da periferia aguçou o apetite das redes de drogaria, que, depois da ida das grandes varejistas a estas regiões, também se sentem atraídas e têm planos de até subir morros em 2011, ampliando seu nicho de mercado para além da classe AB, como no caso da Drogaria Onofre, que abre a sua primeira loja no Município de Diadema (SP), região que tem como moradores a nova classe emergente. Exemplo da nova estratégia de vendas da rede, a unidade é segunda da marca não localizada em bairro nobre. A primeira foi em Mogi das Cruzes.

 

Segundo o diretor Comercial da Drogaria Onofre, Marcos Arede, a escolha por essas regiões se deu devido ao potencial do mercado e ao poder de compra das classes B, C e D. "O varejo farmacêutico atinge todas as camadas, pois todas as pessoas compram medicamentos, produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria. É notório o crescimento das classes C e D e queremos atingir esse público", conclui.

 

O porta-voz ressalta que a rede pretende investir em todo o Estado de São Paulo em 2011. Em janeiro, a empresa inaugurou uma farmácia no bairro do Ipiranga, na zona sul, à Rua Silva Bueno - reduto comercial próximo do Museu do Ipiranga. Para a abertura de lojas a rede investiu aproximadamente R$ 2 milhões e as unidades terão como foco a venda dos medicamentos genéricos e perfumaria. Para a conquista de clientes nas regiões, a empresa aposta em sua política agressiva de descontos para ambas as linhas. "Essas duas novas lojas fazem parte do nosso plano de expansão, que inclui a abertura de pelo menos 10 unidades até o fim do ano" diz.

 

As lojas de Diadema e do Ipiranga contam com área de 197 m² e 260 m², respectivamente. As unidades terão ainda layout com balcão-vitrine para orientar os consumidores. Fundada em 1934, a Drogaria Onofre conta com 38 unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Vitória.

 

Drogaria São Paulo

 

Quem também segue em expansão é a Drogaria São Paulo, que anunciou recentemente a abertura de mais cinco lojas: quatro em São Paulo- uma das quais fica no Shopping Mais Largo 13- e uma no Rio de Janeiro, a segunda no bairro Bangu. "Continuaremos focados no crescimento sustentável nos shoppings de São Paulo e nos estados onde já estamos presentes, sem descartar a possibilidade de entrar em novos mercados", afirma o presidente da rede, Gilberto Ferreira.

 

Supermercadistas como o Grupo Pão de Açúcar também tiraram um tempo para investir no mercado de drogaria sob o conceito "botica". O formato foi implantado na nova unidade de Ingá, em Niterói (RJ). Essa é a quinta farmácia da rede no País e a primeira da marca no Rio de Janeiro. As outras quatro operam dentro do conceito tradicional e estão localizadas na capital paulista e nas cidades de São Caetano e Santos (SP). Com investimentos de cerca de R$ 500 mil, o projeto em Niterói tem como partida o perfil do consumidor contemporâneo, que procura cada vez mais um equilíbrio entre valores emocionais e racionais. A drogaria traz uma releitura das antigas farmácias, com inspiração nas boticas europeias e em artigos de decoração e layout que têm a madeira como elemento de aconchego e a cor verde a conectar a medicina à natureza.

 

Medicamento OTC

 

Um ano depois da proibição da Anvisa, que restringiu a venda de medicamentos sem prescrição médica para trás dos balcões das farmácias, o assunto ainda gera polêmica entre especialistas.

 

Para Sérgio Mena Barreto, presidente Executivo da Associação Brasileira da Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a média é paliativa. "Esconder remédios atrás do balcão para evitar que as pessoas os tomem em demasia ou desnecessariamente é uma nova forma de censurar os cidadãos, como se eles não soubessem comprar", afirmou.

 

Para Deusmar Queirós, presidente da rede Pague Menos, as medidas da Anvisa não instruem o cidadão, apenas o limitam. "É necessário um trabalho de conscientização maior com relação a medidas farmacêuticas, há que explicar as desvantagens do consumo demasiado, não proibir", disse Queirós, que fechou o ano de 2010 com um faturamento de R$ 2,2 bilhões e se mantém entre as mais populares redes farmacêuticas brasileiras. Até 2012, de acordo com o executivo, o objetivo é seguir ampliando a fatia da classe C e D e chegar a 500 unidades. "Nesse ritmo, chegaremos a faturamento acima de R$ 3 bilhões, e então poderemos abrir o capital", previu o executivo.

 

Mercado

 

Segundo o Ministério da Fazenda, a classe C deve englobar 56% da população brasileira em 2014, chegando a 113 milhões de pessoas daqui a quatro anos. Já de acordo com o IBGE, no fim de 2009 o segmento reunia 95 milhões de brasileiros.

 

Veículo: DCI


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