PepsiCo revê projeções para baixo

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A PepsiCo reduziu ontem suas previsões de crescimento, prevendo concorrência mais acirrada, aumento nos custos de ingredientes e problemas com a economia nos países desenvolvidos. A expectativa agora é que o lucro no ano aumente entre 7% e 8%. A previsão anterior era de alta de 10% a 11%. As projeções desapontaram os investidores. As ações chegaram a recuar 2,3% na bolsa de Nova York e fecharam em US$ 63,36, uma queda de 1,65%.

 

As novas estimativas chegam em meio às pressões enfrentadas pela empresa para melhorar os resultados, após ter investido quase US$ 11 bilhões em três aquisições.

 

A companhia também anunciou queda no lucro líquido do quarto trimestre, embora o resultado por ação ajustado tenha superado as previsões de Wall Street por US$ 0,01. O lucro líquido ficou em US$ 1,37 bilhão, o que representa US$ 0,85 por ação. No mesmo período do ano anterior, o ganho havia sido de US$ 1,43 bilhão, ou de US$ 0,90 por ação.

 

A receita, por sua vez, cresceu 37%, para US$ 18,16 bilhões, refletindo o aumento das vendas em volume e a aquisição de duas de suas maiores engarrafadoras.

 

No acumulado do ano de 2010, os resultados da empresa vieram melhores, com o lucro crescendo 6%, para US$ 6,32 bilhões e as receitas avançando 34%, para US$ 57,8 bilhões. Já o lucro por ação apresentou alta de 4%, para US$ 3,91.

 

A executiva-chefe da PepsiCo, Indra Nooyi, afirmou que a aquisição das engarrafadoras e os esforços para se expandir nos países emergentes fortalecerão as operações da empresa.

 

Mas a companhia, assim como várias concorrentes, também se depara com grandes aumentos nos custos do milho e outros ingredientes - fatores voláteis que ameaçam sua rentabilidade.

 

A PepsiCo tenta elevar a produtividade para compensar essas despesas e não aumentar os preços, algo que afetaria consumidores mais cautelosos com suas contas. A companhia, cuja sede fica em Purchase, Nova York, espera que a aquisição das engarrafadoras e suas investidas em países emergentes, que incluíram a compra, por US$ 3,8 bilhões, da empresa russa de alimentos Wimm-Bill-Dann Foods, ajudem seus negócios no longo prazo.

 

Embora seus altos executivos tenham afirmado estar otimistas, a avaliação da empresa sobre as condições de mercado foi muito mais negativa que a de alguns rivais. Outras fabricantes de alimentos, bebidas e de bens de consumo avaliaram que o pior momento econômico já passou e, embora também enfrentem a alta dos preços das commodities, estão conseguindo repassar essas elevações.

 

Anteontem, sua maior rival, a Coca-Cola anunciou que o lucro líquido triplicou no trimestre passado graças à aquisição de uma engarrafadora e ao aumento das vendas por todo o mundo. As fabricantes de bebidas estão comprando engarrafadoras para controlar seus custos e a distribuição, assim como para poder alterar as linhas de produção com mais rapidez.

 

Alguns investidores criticaram a PepsiCo por ter gasto tanto em aquisições, em desenvolvimento de produtos nutritivos e em investidas em países emergentes, à custa de sua rentabilidade de curto prazo. "Os investidores não vão dar o benefício da dúvida como fizeram antes", afirmou o analista Jack Russo, da Edward Jones.

 

Apesar disso, ele ressalta que a empresa tem boas marcas e está bem-posicionada em mercados externos importantes. Segundo Russo, a estratégia de aquisições foi intensa e agora é preciso mostrar os benefícios desses investimentos.

 


Veículo: Valor Econômico


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