Aumenta o número de itens no supermercado para classes C e D

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A elevação do nível de renda do brasileiro promove ascensão das classes mais baixas (C, D e E), que começam a aumentar o consumo de itens como iogurte, queijos e cereais - produtos que passaram a ser destaque na lista de compra de clientes desses perfis, e já fazem parte do café da manhã da nova classe - e desperta a atenção de redes como o Grupo Pão de Açúcar (GPA), Walmart e Carrefour.

 

Essas empresas estão aumentando a variedade e a qualidade dos produtos em bandeiras que atendem os emergentes, também atentas aos maiores gastos com protetor solar e hidratantes, fora marcas de limpeza.

 

Segundo o diretor de Economia da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva Moreira, no ano passado a indústria inseriu cerca de 40% de produtos a mais para as classes C, D e E. "Este ano deve seguir o mesmo ritmo porque estas classes continuam tendo um alto poder de consumo", enfatiza.

 

No meio dos produtos que este público está experimentando um deles estão as comidas congeladas. Para Moreira isso deve-se ao fato de a mulher hoje também trabalhar fora de casa. "Elas chegam em cansadas e com um poder aquisitivo maior também querem desfrutar dos benefícios da vida moderna", diz.

 

Um exemplo de quem investe neste público é a rede Walmart, que detém a bandeira do TodoDia e hoje disponibiliza cerca de 2.500 itens. Além disso, o consumidor conta com itens de marca própria, com preços até 25% mais baratos que as marcas de referência. Segundo a diretora de Marketing da rede Maria do Carmo Cardoso, a bandeira voltada à classe C é um dos focos de expansão do Walmart no Brasil.
 


"Identificamos que, com o aumento do poder de compra das classes emergentes os itens do café da manhã tiveram sucesso de vendas, além disso, somam-se aos itens bastante procurados os produtos de indulgência, como hidratante corporal, loção de proteção solar, de higiene e limpeza, principalmente os itens para cuidado dos cabelos, além de alimentos diet e light", explica.

 

Além do sortimento o consumidor também encontra nas lojas TodoDia cerca de quatro mil medicamentos nas farmácias próprias da rede, que contam com mais de 400 medicamentos genéricos por preços máximos de R$ 9,90. As lojas também oferecem a serviços como recarga digital de celular, vale-gás, pagamento de contas e caixas eletrônicos.

 

O controlador da marca TodoDia acaba de investir R$ 8 milhões em duas novas lojas com a bandeira ampliando a sua atuação no estado de São Paulo, totalizando 31 unidades no formato de vizinhança e 129 em todo o Brasil. Para o vice-presidente de Operações da rede, Demétrio Magnani, as inaugurações estão alinhadas à estratégia da empresa de oferecer mais uma opção de compra para os moradores da região, levar produtos de qualidade para a nova classe atrelado a um atendimento personalizado da rede.

 

De origem nordestina, onde tem a maioria das lojas, a rede chegou ao sudeste no final de 2008. No sul, o TodoDia conta com 16 lojas. Atualmente, existem 129 lojas TodoDia no Brasil - 31 unidades em São Paulo.

 

Concorrência

 

Quem segue a mesma linha é o Dia que pertence ao grupo francês Carrefour e oferece cerca de 2.500 produtos nacionais e importados para seus clientes. Sendo que quase mil produtos da marca Dia. Entre os itens que levam o nome da rede tem pães, molhos de tomate, biscoitos, arroz, feijão, açúcar, café, chocolate, geléias, óleos, lasanhas e congelados.

 

Em perfumaria, sabonetes, fraldas e papel higiênico. O número de importados já passa de mais de 200 produtos.

 

Segundo a empresa, um diferencial da bandeira é a garantia da qualidade da marca Dia é atestada pelo selo "Se não gostar, pode trocar". Até quatro dias após a compra o consumidor pode trocar o produto adquirido, se não gostar, apresentando o cupom fiscal na loja. No País, o Dia possui mais de 400 lojas, que atendem 10 milhões de clientes/mês. A rede está presente em mais de 50 municípios no estado de São Paulo: capital e Grande São Paulo, litoral sul e norte e nas regiões de Campinas, São José dos Campos e Ribeirão Preto.

 

Atacarejo

 

Outro dado identificado pela pesquisa realizada pela Nielsen mostra que o número de famílias que compram em atacarejos passou de 18% do total em 2008 para 26% em 2010, o que representa um universo de pelo menos 9,6 milhões de lares brasileiros. Entre 2008 e 2010, a frequência da classe média no atacarejo registrou alta de 14% e das classes D e E, 16%. O Assaí que pertence ao GPA opera com o formato atacarejo oferece nove mil, de marcas nacionais, regionais e importadas. A marca Assaí tem 500 itens.

 

Segundo informações do presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, as classes C, D e E sempre foram as que mais consumiram nos supermercados, porém para comprar itens da cesta básica e hoje retornam nos pontos de venda para comprar itens como segunda necessidade.

 

Segundo Honda, uma das mudanças mais visíveis no padrão de consumo é o aumento da compra de produtos da linha saúde e estética pelas classes ascendentes.

 

Ele ainda destaca que as mulheres estão preocupadas com o corpo e começam a experimentar pela primeira vez produtos lights.

 

Porém segundo o diretor de economia da Apas a classe está experimentando, porém ainda tem mais interesse em experimentar coisas novas independentes das calorias.

 

" Depois de muito tempo estas pessoas podem ir até o supermercado sem se preocupar exclusivamente com o arroz, feijão e óleo. Agora podem comprar uma carne melhor, iogurte e bolacha para os filhos coisas que antes não era possível", enfatiza.

 

Veículo: DCI


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