Criada em 2008 com foco no gerenciamento de plantações de cana e no fornecimento dessa matéria-prima para usinas sucroalcooleiras, a Quirinvest acaba de definir um plano de expansão para os próximos cinco anos que prevê a replicação desse modelo em outros segmentos do agronegócio, principalmente soja e pecuária.
A Quirinvest nasceu por iniciativa da Guarita & Associados, que presta assessoria financeira e gerencial em operações de fusões e aquisições, e atraiu um investimento inicial de R$ 35 milhões, aplicado por três "family offices" e por um fundo de investimentos com sede em Hamburgo, na Alemanha - que é minoritário.
Com as atenções concentradas na cana, a Quirinvest, que fica responsável pela gestão dos recursos captados, partiu em busca de terras em regiões produtoras fora de São Paulo, onde os preços estavam muito elevados. Nesse modelo, os investidores adquirem ações da Quirinvest, que opera as fazendas.
A primeira opção foi a região de Quirinópolis (GO) - daí o nome da empresa -, mas como o mercado já estava inflacionado os primeiros negócios foram fechados em Iturama, no sudoeste mineiro, numa região em que o grupo Coruripe conta com quatro usinas.
Atualmente, afirma Edgar Azevedo Uchôa, presidente da Quirinvest, a companhia tem 3,5 mil hectares por lá, divididos em seis propriedades. Já há cana plantada em metade dessa área, e a produção chegou a 100 mil toneladas. Quando o plano de desenvolvimento desse módulo estiver concluído, em 2012, o volume deverá chegar a 200 mil toneladas por safra.
Ao mesmo tempo, informou Dario Guarita, sócio da Guarita & Associados, foram assinados contratos de fornecimento de cana para o Coruripe, para onde foi escoada a produção inicial da matéria-prima, proveniente de áreas adquiridas que já abrigavam plantações maduras.
"São investimentos de risco, por isso a seleção da região é fundamental. Em Iturama, um município próximo a São Paulo, o potencial agrícola é grande, já que o solo tem qualidade e a infraestrutura é boa", diz Ricardo Arantes Cotrim, sócio da Guarita & Associados e diretor da Quirinvest. Nos primeiros 3,5 mil hectares adquiridos, onde trabalha uma equipe de cerca de 30 pessoas, toda a operação é mecanizada. "Os acionistas são municiados regularmente com todas as informações sobre o andamento da produção", diz Dario Guarita.
Ele afirma que o projeto da Quirinvest também prevê a possibilidade de a empresa assumir uma propriedade já estabelecida. Nesse caso, a escritura não ficaria em nome da Quirinvest, como acontece na região de Iturama, mas a empresa seria a responsável pelo desenvolvimento da produção.
Segundo Guarita, a Quirinvest está em busca de outras áreas e outros investidores para realizar novas aquisições de terras. "Estamos definindo nossa expansão. Será uma evolução gradual, com uma política de baixa alavancagem. Mas já estamos prevendo uma diversificação para outras atividades, como soja e pecuária".
Veículo: Valor Econômico