Fábrica de peso no Polo JK

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Grupo francês Sanofi-Aventis começa a construir, no próximo mês, unidade da Medley em Santa Maria, para produzir contraceptivos hormonais. Ao todo, serão criados 200 empregos diretos e outros mil indiretos, a partir de 2012

 

O Polo de Desenvolvimento JK, em Santa Maria, não para de crescer. O grupo francês Sanofi-Aventis escolheu o local para construir a terceira unidade da indústria farmacêutica no Brasil — a única fora do estado de São Paulo. A pedra fundamental da fabricante de produtos hormonais foi lançada em cerimônia realizada na manhã de ontem. Criada em 1994, a área nos arredores da cidade pertence ao Programa de Promoção do Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Distrito Federal (Pró-DF) e abriga lotes exclusivamente voltados a empreendimentos industriais. Atualmente, a região gera 7,5 mil empregos diretos. Só a nova indústria da Medley contratará aproximadamente 200 pessoas e ainda promete empregar mil, de forma indireta.

 

Na ocasião, o governador Agnelo Queiroz (PT) entregou o alvará de funcionamento aos representantes da empresa no Brasil. As obras estão previstas para começar no próximo mês. A estimativa é que, a partir do primeiro semestre de 2012, a indústria esteja operando a pleno vapor. Com um investimento de R$ 130 milhões, a indústria terá a capacidade de desenvolver quase 50 milhões de unidades por ano, especialmente de produtos contraceptivos hormonais. Segundo a assessoria de imprensa do grupo estrangeiro, a nova fábrica atenderá ao mercado brasileiro, além de Venezuela, Argentina, Chile e Colômbia. “A unidade irá demandar mão de obra especializada e treinada, incrementando a expertise técnica local e regional”, explicou o diretor-geral da Medley, Décio Decaro.

 

Segundo Agnelo Queiroz, a política do atual governo é atrair empresas para o Distrito Federal, principalmente na área de ciência e tecnologia. “São indústrias limpas, que agregam valor à nossa cidade”, explicou. Para conquistar o grupo francês, o Governo do Distrito Federal garantiu incentivos fiscais do Pró-DF na negociação do terreno e destacou a localização central da capital do país. “Todos esses elementos mostram como é competitivo e vantajoso se instalar no DF”, disse Agnelo. A vantagem oferecida pelo programa de incentivo do Governo do Distrito Federal permite aos empresários pagarem apenas 20% do valor do terreno, se cumprirem os prazos combinados para a instalação.

 

Área industrial

 

Empresários costumavam trocar o DF por Goiás, estado vizinho. Entre as principais reclamações estão a alíquota elevada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na capital do país e a problemática envolvendo os alvarás de funcionamento. Além disso, no Distrito Federal, mais de 11 mil estabelecimentos estão localizados em áreas impróprias, uma situação que cria um clima de insegurança jurídica entre os comerciantes.

 

O governador Agnelo Queiroz pretende montar um polo farmacêutico no Distrito Federal. Ele garantiu que, em breve, anunciará a instalação de outra indústria nacional de grande porte na capital. “Isso incorpora a nossa visão de prioridade no desenvolvimento econômico e no fortalecimento da área voltada à ciência e à tecnologia”, defendeu.

 

O Correio adiantou, em reportagem publicada em 14 de fevereiro, que outros empreendimentos de peso seriam instalados no Polo JK. Entre eles, está a rede mexicana de panificação Bimbo S.A. Segundo as regras do Pró-DF — programa gerido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) —, as multinacionais têm cinco anos para se instalarem nos terrenos concedidos no Polo JK e para começar a operar.

 

Mão de obra


Além de indústrias, o polo de desenvolvimento abriga o Porto Seco, estação aduaneira inaugurada em 2004. Explorado pela empresa Logística, Serviços e Armazenamento (Logserv), vencedora de licitação do governo federal, o Porto Seco emprega 48 pessoas. Segundo o gerente-geral, Edward Libânio Martins, 80% da mão de obra são provenientes de Santa Maria. O restante dos funcionários vem de municípios do Entorno geograficamente próximos, como Valparaíso e Cidade Ocidental.

 

Incluídos na formalidade


Ainda pela manhã, o governador Agnelo Queiroz participou de um evento no Palácio do Planalto em comemoração à marca de 1 milhão de empreendedores formalizados no Programa Empreendedor Individual, do governo federal. Só no Distrito Federal, são 18 mil. Até dezembro deste ano, a União espera incluir mais 500 mil pessoas na legalização. No evento, a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), entregou um certificado ao primeiro empreendedor do projeto e ao de número 1 milhão. O programa é uma maneira de trazer para a formalidade quem trabalha por conta própria e fatura, no máximo, R$ 36 mil por ano. Ao se cadastrar pela internet, o empreendedor tem acesso a benefícios previdenciários, adquire um CNPJ, pode emitir notas fiscais, participar de compras governamentais e ter acesso a crédito e financiamento.  
 

 

Veículo: Correio Braziliense


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