Dilma diz que não sacrificará emprego e crescimento para combater inflação

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Mas presidente diz em reunião do Conselhão que está atenta, dia e noite, àspressões inflacionárias, ''venham de onde vierem''

 

O governo não vai controlar a inflação à custa do desemprego e da redução drástica do crescimento. A meta foi exposta ontem, de maneira explícita, pela presidente Dilma Rousseff, aproveitando a sua primeira participação na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o "Conselhão".

 

Diante de empresários, sindicalistas, artistas e ativistas sociais, ela disse é "sempre melhor enfrentar os problemas do crescimento do que os problemas do desemprego, da falta de renda, da falta de investimento e da depressão econômica". Numa referência aos críticos preocupados com a possibilidade de o governo perder controle sobre os preços, Dilma disse que "está atenta dia e noite às pressões inflacionárias, venham de onde vierem".

 

Acrescentou que "compreende" o "calor da paixão" no debate econômico, mas prefere aguardar a eficácia de medidas já tomadas para manter a política de fazer "reduções seletivas" do crédito e do consumo e chegar a um "crescimento moderado".

 

Antes do pronunciamento da presidente, o ministro Guido Mantega (Fazenda) fez uma explanação detalhada sobre a visão do governo em relação ao momento econômico mundial e do País. Dois dos 26 slides exibidos - com planilhas que juntavam indicadores e propostas de política econômica - resumiram o que Dilma anunciaria em seguida.

 

O slide 17 da apresentação do ministro Mantega mostrou que a política do governo é "reduzir a expansão do crédito e moderar o crescimento da demanda sem matar a galinha dos ovos de ouro" - que é o crescimento. O slide 18 explicitou até uma divergência em relação ao governo Lula: o ajuste do governo Dilma, afirmou, "não é o (ajuste) tradicional". Além de alertar para o fato de que as reduções seletivas não atingirão o investimento, a planilha acrescentava: "Em 2011, continuam (os) estímulos ao investimento".

 

Mantega admitiu que, neste ano, não será possível repetir a "exuberância" do crescimento da oferta de emprego de 2010, quando foram criados mais de 2,5 milhões postos formais.

 

Herança. Dilma disse que tomará todas as medidas necessárias para garantir a preservação da "nova classe média", o que chamou de "maior e melhor herança" recebida da era Lula.

 

Ao defender o crescimento, ainda que "moderado", ela pregou inclusão social e o funcionamento dos canteiros das obras do PAC e do Minha Casa, Minha Vida - na prática, a execução do Orçamento mostra que, pelo menos por enquanto, o governo não está fazendo investimentos nesses programas.

 

Para a presidente, o País ainda tenta consolidar a recuperação da crise financeira de 2008 e sofreu choques internos recentes, como a alta dos preços de alimentos e do etanol. "Eu tenho compromisso em controlar a inflação. Sem controle, não há desenvolvimento sustentável", afirmou. "Eu cumpro meus compromissos. também tenho compromisso com o desenvolvimento econômico e social, pois é o que gera emprego e garante a inclusão."

 

Veículo: O Estado de S. Paulo


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