A Páscoa tardia atrapalhou o desempenho da PepsiCo do Brasil no primeiro trimestre. As vendas da Linha Coqueiro, de sardinhas, atum e produtos de pescados - que tradicionalmente crescem durante a quaresma - ficaram estáveis nos três primeiros meses, uma vez que o movimento de Páscoa só se concretizou em abril, já no segundo trimestre.
Conforme relatório global publicado pela empresa ontem, o desempenho da divisão de alimentos no Brasil foi puxado para baixo por conta do resultado da linha de pescados. A queda de volumes de achocolatados - cujo preço subiu devido à alta do açúcar e do cacau - também teve seu impacto.
Por outro lado, o relatório destaca que houve ganhos devido ao bom desempenho de vendas do segmento de salgadinhos. Para tentar manter esse crescimento no segundo trimestre, a companhia está trabalhando no reposicionamento de mercado da linha Sensações. A ideia é aumentar o consumo desses "snacks" entre o público adulto. Segundo a empresa, a maior parte da população brasileira - os adultos - consome 65% menos salgadinhos do que crianças e jovens. A expectativa de crescimento é de 13% em volume em 2011 para o segmento.
Mundialmente, a PepsiCo anunciou alta de 27% nas vendas do primeiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2010, beneficiada pela demanda nos mercados fora dos Estados Unidos.
As vendas da empresa subiram para US$ 11,9 bilhões, pouco acima da média das estimativas reunidas pela Bloomberg, de US$ 11,8 bilhões. Sem levar em conta itens como os custos de integração e as operações de hedge, o lucro no período foi de US$ 0,74 por ação, também superior à média das projeções dos analistas, de US$ 0,73.
A PepsiCo, comandada pela executiva-chefe Indra Nooyi, desenvolveu novos sabores de salgadinhos para atuar nos mercados internacionais, na expectativa de que o desempenho fora dos Estados Unidos compensasse o ritmo de crescimento mais lento das vendas, em volume, de bebidas na América do Norte. As vendas na América Latina, em volume, da unidade de alimentos subiram 2%. O resultado da divisão de bebidas no Brasil será anunciado na quarta-feira, junto com os números da Ambev.
Veículo: Valor Econômico