Genérico de marca é nova aposta do moksha8

Leia em 3min 30s

Com foco no segmento das doenças mentais, como a esquizofrenia, a depressão e o transtorno bipolar, a multinacional moksha8 começa a colocar no mercado brasileiro medicamentos genéricos de marca, fruto de sua parceria com a empresa americana Watson. Com o ponta pé inicial de nove lançamentos no Brasil previstos para este ano, a moksha8 pretende lançar 200 novos produtos em cinco anos.



A meta de lançamentos vale para os mercados brasileiro e mexicano. A ideia da empresa, que atua como distribuidora, é conquistar os mercados emergentes da América Latina e aproveitar o espaço que hoje existe no segmento dos tratamentos - ainda de alto custo - das doenças complexas que acometem o sistema nervoso central. "Não tínhamos operado em genéricos de marca antes. Vimos uma real necessidade de países como o Brasil em ter medicamentos de alta qualidade, mas mais baratos, para problemas complexos. É um mercado ainda não bem explorado", afirmou ao Valor o presidente executivo global da companhia, Simba Gill.

 

Dos nove genéricos programados para 2011, sete são voltados para a área mental. Para os próximos três lançamentos, a empresa projeta um mercado potencial de mais de R$ 1 bilhão. A última droga lançada, o Kitapen, irá custar ao consumidor 58% menos do que o seu concorrente Seroquel - medicamento de referência para esquizofrenia e transtorno bipolar da AstraZeneca, que perdeu a patente em 2010. A moksha8 garante que seus produtos, apesar de se diferenciarem pela marca, serão mais baratos, inclusive frente aos genéricos comuns. Outra estratégia é a promoção junto aos médicos, que acaba indicando a marca de sua confiança.

 

Para esses lançamentos, a fabricante Watson fez um investimento inicial de US$ 30 milhões, que fazem parte de um montante total de US$ 61 milhões a serem desembolsados ao longo dos próximos anos. A parceria entre as empresas - fechada no segundo semestre do ano passado - permite que a moksha8 comercialize, promova e distribua exclusivamente as drogas da Watson no país. O acordo envolve ainda a compra pela Watson de uma participação de cerca de 20% na moksha8.

 

Foram dez medicamentos fornecidos pela fabricante no primeiro momento do acordo. "Para chegarmos nos 200, teremos que avançar muito. Passaremos de cerca dos atuais 60 representantes de vendas para cerca de 600", afirmou o presidente da operação da moksha8 para a América Latina, Mário Griecco.

 

A comercialização de genéricos de marca faz parte da segunda etapa da estratégia global da moksha8. Na primeira etapa, que estimulou a instalação da empresa no Brasil, em 2008, ela se focou na promoção de produtos maduros de referência, com nome já forte, mas que configuravam um declínio nas vendas. Na época, a empresa fechou parcerias com a Roche, a Pfizer e a BioCryst. Das duas primeiras, a moksha8 é responsável pela promoção de 22 produtos.

 

A terceira etapa da estratégia global da empresa é o lançamento de medicamentos próprios. Para isso, a moksha8 está se aproximando de empresas de biotecnologia e pesquisa, em busca de parcerias. A ideia de construir uma unidade produtiva está descarta no momento. "É muito custoso. Podemos terceirizar a produção", explicou Griecco.

 

Com faturamento global anual de US$ 200 milhões e de US$ 80 milhões no país, a moksha8 tem escritórios, além do Brasil e do México, em Hong Kong e nos EUA. São 200 funcionários no mundo. Logo quando foi criada, tinha o objetivo de iniciar as operações na China (por isso o nome da empresa, que em sânscrito significa bem-estar, enquanto o número significa sorte), mas depois o foco das operações se voltou para a América Latina. "Continuamos procurando oportunidades na Ásia, mas essa não é nossa prioridade. O Brasil é o número um dentre os emergentes em medicamentos de alta qualidade e complexidade", enfatizou o presidente global da companhia. Para o futuro, pode-se também esperar novas áreas de atuação. No radar da moksha8 estão as áreas de oncologia e saúde da mulher.



Veículo: Valor Econômico


Veja também

Páscoa tardia atrapalha PepsiCo no 1º trimestre

A Páscoa tardia atrapalhou o desempenho da PepsiCo do Brasil no primeiro trimestre. As vendas da Linha Coqueiro, ...

Veja mais
Merck muda comando e foca pesquisa

No começo de janeiro, menos de duas semanas depois de assumir como presidente-executivo da Merck, Kenneth C. Fraz...

Veja mais
Panasonic fecha fábricas

A companhia de eletrônicos Panasonic anunciou ontem que vai fechar até 70 fábricas no mundo e demiti...

Veja mais
Entressafra, Páscoa e custo sustentam leite

A demanda por leite para produção de ovos de Páscoa e o aumento dos custos de produçã...

Veja mais
Emprego formal cresceu mais pela criação de novas vagas, avalia Ipea

O trabalho formal no Brasil cresceu 43,5% entre 2001 e 2009, mas, de acordo com estudo feito pelo Instituto de Pesquisa ...

Veja mais
Açúcar Guarani reduz período de moagem e amplia capacidade

Petrobras, que participa do capital da empresa, poderá antecipar aportes   Para atender a crescente demand...

Veja mais
Para Funcef, Gradiente é risco calculado

Guilherme Lacerda, presidente do Funcef, fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal, est&aac...

Veja mais
Do papel pardo às embalagens

Das mercadorias embrulhadas em papel pardo ou jornal no próprio ponto de venda, há mais de 50 anos, at&eac...

Veja mais
Safra de laranja deve crescer de 15% a 25%

Produção estadual foi afetada na temporada passada por clima adverso e doenças e ficou abaixo de 30...

Veja mais