O vice-presidente do Grupo Pão de Açúcar (GPA), Hugo Bethlem, só pensa em ampliar o fluxo de caixa do grupo, sobretudo depois da queda de 34,9% do lucro do primeiro trimestre. Ele decidiu ir na contramão do varejo com a redução do número de parcelas ao cliente "sem juros", enquanto no mercado se vê cada vez mais o aumento de parcelas com juros médios mensais de 6,9%. "Isso irá nos auxiliar a diminuir o impacto financeiro e aumentar os lucros mais rapidamente", explica o vice-presidente.
Com o parcelamento das compras, a marca afirma que deve manter o prazo médio de oito meses no parcelamento.
O grupo afirma que, para isso, está fazendo adequação no pagamento de fornecedores e da estocagem.
A questão agora é que a empresa tem que encarar as despesas financeiras de R$ 130 milhões - resultado das últimas "comprinhas" da rede no mercado. Falta pagar a última prestação pela compra do atacarejo Assaí e agora começa a pagar a primeira parcela da compra do Sendas, segundo os dados divulgados, os ganhos de R$ 110,85 milhões foram inferiores ao montante de R$ 135,609 milhões do ano passado.
Porém quando questionado sobre o resultado, Bethlem é pragmático na defesa do grupo. "Não se pode comparar o ano passado com este. É impossível. Pois neste mesmo período no ano passado, nós ainda não tínhamos ido às compras", defende-se o vice-presidente do grupo.
Além disso, ele precisa se preparar para um eventual contragolpe na próxima quarta-feira (18), pois o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) julgará se o Grupo Pão de Açúcar poderá aumentar sua participação no capital social da Sendas, que hoje é de 50%, e se tornar o detentor de todas as ações da empresa.
Conversão de bandeiras
Mas a luta não acaba por aí, o Pão de Açucar ainda não conseguiu terminar as conversões de bandeiras começadas o ano passado e que ainda não terminaram.
Agora o grupo do sr. Abílio Diniz terá que "correr" para fazer a
conversão de 98 lojas CompreBem e 12 Sendas em lojas Extra Supermercado.
"Essa é a prioridade de investimentos, o resultado é muito bom, o melhor retorno sobre capital", disse o vice-presidente Executivo.
Até o momento foram convertidas 23 lojas. Do Compre Bem, 17 foram convertidas em Extra Supermercado, e duas, em Extra Hipermercado em São Paulo. Do Sendas, duas foram transformadas em Pão de Açúcar, e duas, em Extra Hipermercado no Rio.
Globex
Pelo jeito a bruxa está solta nos corredores do GPA e das Casas Bahia.
A Globex, controladora das bandeiras de varejo Casas Bahia e Ponto Frio, registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 24,8 milhões no primeiro trimestre de 2011, elevando em 320% o prejuízo de R$ 5,9 milhões reportado no primeiro trimestre de 2010. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 178,2 milhões nos três primeiros meses deste ano, um desempenho 321,2% superior ao verificado no mesmo período do ano passado.
Segundo Globex, as despesas com reestruturação proporcionaram gastos não recorrentes de R$ 10 milhões no primeiro trimestre deste ano. Excluindo esses efeitos, líquidos de imposto de renda, o prejuízo líquido consolidado seria de R$ 14,7 milhões, ante prejuízo também ajustado de R$ 21,4 milhões no mesmo período do ano passado, o que indica queda de 31,3%.
Considerando-se apenas os resultados do Ponto Frio, o prejuízo líquido somou R$ 32,6 milhões no trimestre, ante o prejuízo de R$ 5,9 milhões do mesmo período do ano passado (alta de 449,1%).
O Ebitda do Ponto Frio atingiu R$ 40,5 milhões, uma queda de 4,3%. A margem Ebitda do Ponto Frio foi de 2,2%, o que representa uma queda de 1,1 ponto percentual. No primeiro trimestre deste ano, as vendas líquidas consolidadas atingiram R$ 4,884 bilhões, uma alta de 288,4%.
Investimentos
Mas engana-se quem acha que a empresa não tentou reverter este resultado. O grupo afirmou que, foram investido cerca de R$ 295,8 milhões , sendo R$ 32 milhões para a Globex. O GPA Alimentar investiu R$ 263,2 milhões no trimestre. Desse total, R$ 78,9 milhões foram destinados à abertura de novas lojas e aquisição de terrenos estratégicos; R$ 136,1 milhões foram para reformas e conversões de lojas e R$ 48,2 milhões destinaram-se a infraestrutura (tecnologia e logística) e outras necessidades.
Veículo: DCI