Renda em alta estimula novos negócios no interior

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Abertura de 2,7 mil lojas franqueadas em 16 municípios paulistas cria quase 16 mil empregos diretos

 

O interior de São Paulo recebe investimentos de R$ 498 milhões na instalação de 2,7 mil lojas de franquias, que serão abertas até o primeiro semestre de 2013 em 16 cidades do Estado. Essas franquias vão funcionar em 15 grandes shoppings que estão sendo construídos e em outros sete serão ampliados. O investimento vai gerar 15,9 mil vagas de trabalho. Essas lojas franqueadas representam 70% das 3.450 que vão ser instaladas nesses empreendimentos. Os números constam em informações divulgadas pela Associação Brasileira dos Shopping Centers (Abrasce), Associação Brasileira de Franquias (ABF), e pela franqueadora Cia de Franchising.

 

O resultado desses investimentos, segundo a ABF, é que o interior de São Paulo apresentará neste ano crescimento de mercado acima do Rio e São Paulo. "O interior deverá crescer 19% em novas lojas de franquias, mais que São Paulo e Rio, que deverão crescer 8%, e que a média do Brasil, que deverá ficar em 15%", diz o diretor executivo da ABF, Ricardo Camargo.

 

O motivo da atração é o alto poder de fogo do consumidor interiorano, cuja renda tem aumentado, principalmente pela expansão da classe C e a busca por novos mercados. O interior de São Paulo, por exemplo, tem um Produto Interno Bruto (PIB) maior que o do Chile, e a necessidade das marcas de fugirem da alta valorização do metro quadrado paulistano - que foi de 25% no ano passado - e de encontrar uma alternativa para a falta de espaço, levou os investimentos para o novo "mercado emergente" das franquias.

 

"O mercado da capital não dispõe mais de pontos comerciais e a concorrência acirrada é um entrave para a entrada de novas lojas e até mesmo para a expansão de marcas já consolidadas", diz Marcos Nascimento, dono da Cia de Franchising, especializada em criar marcas e novas franquias, umas das líderes do País. "Também não há mais área disponível para a construção de grandes empreendimentos. Por isso, a indústria de shopping migrou para o interior, em busca de um novo mercado imobiliário e consumidor, com custos menores de instalação e manutenção", explica.

 

Segundo Camargo, o nível de renda, melhores salários e a industrialização do interior, levaram o movimento de consumo para o varejo. "Há três anos era impossível imaginar que cidades com 100 mil ou 150 mil tivessem condições de receber franquias, hoje elas mostram o contrário. É uma realidade", declara

 

No entanto, segundo ele, a transferência para o interior requer um pouco de paciência. "O único pequeno obstáculo é que o retorno, de 36 meses, pode demorar um pouco mais, três anos e meio ou quatro", diz.

 

Alimentação. O setor de alimentação deve liderar esse movimento, investindo R$ 96 milhões na abertura de novas lojas nesses empreendimentos, gerando 3.840 empregos nas praças de alimentação. Uma das novas franquias criadas para "invadir" o interior é a LeBeff, da dupla de cantores sertanejos João Bosco Vinicius e o administrador Fábio Marcondes. O trio pretende abrir 10 lojas no interior até o final do ano. As lojas vão vender carnes com cortes nobres em embalagens personalizadas e custarão entre R$ 350 mil e R$ 400 mil para os interessados em obter a franquia. A expectativa é de retorno do investimento em 24 meses. "Apostamos na ascensão do mercado para as carnes nobres, diz Fabio Marcondes, sócio da franqueadora.

 

Além do setor de alimentação, crescem as marcas de produtos para mulheres, lazer e educação. Segundo a ABF é natural que as franquias de serviços tomem a dianteira, como redes de alimentação. Além disso, vestuário, acessórios pessoais e educação devem chegar ao interior. Para Nascimento, todos os setores de franquias devem crescer com o movimento devido à opção dos shoppings pelas franquias.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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