A partir desta sexta-feira, caminhões de até 6,3 metros de comprimento terão dez horas a menos, por dia, para fazer entregas em 100 km2 do centro expandido. Agora, em vez de poderem rodar das 5h às 21h, em dias alternados, entre placas pares e ímpares - como já ocorre desde 30 de junho -, eles só poderão circular das 10h às 16h, mantendo o mesmo rodízio.
Eles também são obrigados a seguir o rodízio normal para os outros veículos, que retira das ruas dois finais de placa por dia -inclusive nas marginais.
O aumento da restrição é a última medida do pacote da gestão Gilberto Kassab (DEM) para frear os congestionamentos, às vésperas da eleição.
O novo horário deve incentivar ainda mais o movimento de cargas na cidade entre os horários de pico e das 21h até a madrugada. Entidades ligadas ao transporte de cargas questionam a nova regra na Justiça. Elas ameaçam sobretaxar em 15% entregas no centro expandido.
Há dois meses, a frota desses caminhões era estimada em 14 mil, de um total de 210 mil caminhões. Em julho, porém, esse número cresceu - em algumas montadoras, o aumento das vendas foi de até 60%.
Golpe. O rodízio de caminhões implantado na segunda-feira fez surgir um novo golpe. Nesta quarta-feira, a Polícia Rodoviária Federal flagrou uma carreta com placa adulterada na altura do km 282 da Rodovia Régis Bittencourt, em Embu, Grande São Paulo. O motorista Wener Veronez, de 26 anos, pretendia, segundo a polícia, evitar multa de R$ 85,13 e quatro pontos na carteira por trafegar na no centro expandido da capital, onde caminhões estão proibidos de circular das 7 às 10 horas e das 17 às 20 horas. Com a fraude, a multa ficaria para outro veículo.
A irregularidade foi descoberta por volta das 10 horas, quando a polícia abordou o caminhão no acostamento. Veronez vinha de Santos para carregar o caminhão e voltar ao litoral. Na fiscalização, os policiais observaram a adulteração do número da placa. Segundo a polícia, Veronez transformou o número 5, final da placa, em 8 depois de misturar tinta em creme dental. Veronez foi levado à delegacia de Embu e, se comprovada a fraude, vai responder por adulteração, cuja pena será determinada pelo juiz.
O rodízio para caminhões ainda pegou motoristas de surpresa. Antonio Rosa só descobriu que não poderia cruzar São Paulo, com veículo de placa 5, até as 10 horas, após trafegar 700 quilômetros entre Muriaé (MG) e a capital. Às 9h30, perto do Ipiranga, foi informado da multa por marronzinhos. "Não tô sabendo desse negócio de rodízio. O que eu faço agora?", questionou.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ